À medida que o Bitcoin (BTC) atinge a sua pior cotação das últimas quatro semanas, o prejuízo daqueles que escolhem vender suas criptomoedas no momento de baixa se intensifica. Na semana passada, os investidores perderam US$ 353 milhões (R$ 1,8 bilhão) por dia vendendo bitcoin no prejuízo, ou seja, por um preço mais baixo ao pago na aquisição da moeda.
De acordo com os dados do relatório semanal da Glassnode, esse valor é 2,2 vezes maior do que o lucro realizado com a venda do ativo, que ficou em torno de US$ 158 milhões (R$ 830 milhões) por dia.
Embora as atuais perdas diárias sejam menores do que as vistas durante liquidações mais radicais do mercado em maio (prejuízo diário de US$ 1,6 bi) e junho (US$ 744 mi), “isso demonstra que os investidores que mantêm posições submersas continuam a gastar e vender suas moedas”, aponta o estudo.
Enquanto o BTC intensifica sua queda nesta terça-feira (20), os prejuízos com a venda da criptomoeda devem continuar ao longo da semana. A estimativa do Glassnode é que atualmente 6,2 milhões de bitcoins estão em perdas não realizadas. A quantia representa 33% do fornecimento circulante e é o nível de moedas no prejuízo mais alto visto em 2021.
Os principais atingidos são os investidores de curto prazo, que compraram bitcoin nos últimos meses por um preço superior a US$ 30 mil. Enquanto isso, os detentores de longo prazo continuam firmes segurando suas criptomoedas. Esses detêm atualmente 75% do fornecimento circulante do BTC em que 69% das moedas estão em lucro não realizado.
“HODLers do mercado parecem inabalados pela volatilidade e pelos preços mais baixos, enquanto o volume de moedas mantidas em estado ilíquido continua a crescer. Isso demonstra a notável convicção dos detentores de longo prazo em enfrentar a extrema volatilidade”, diz a Glassnode.
Queda de atividade na rede
A queda do preço do bitcoin também derrubou os volumes de transações na rede que atualmente está 65,8% inferior em relação às altas de abril. No momento, a blockchain do BTC movimenta diariamente US$ 5,3 bilhões, contra os US$ 15,5 bilhões dos momentos de pico.
Como reflexo a queda de atividade na rede da criptomoeda, o tamanho médio do bloco caiu 20% na semana e atingiu uma mínima do ano de 1.103M bytes. “Isso indica pouca demanda por espaço de bloco do bitcoin e liquidação na cadeia. Os blocos minerados não estão cheios e a utilização da rede é relativamente baixa”, conclui o relatório.