Roger Ver, empresário pioneiro das criptomoedas que ganhou o apelido de “Jesus do Bitcoin“, está sendo processado por credores da falida exchange de criptomoedas CoinFLEX. Eles exigem que Ver devolva os fundos que recebeu em um caso emblemático envolvendo outra plataforma cripto, a controversa Open Exchange — OPNX.
No processo, registrado no último dia 12 em um tribunal de Hong Kong, Ver, conhecido como “Jesus do Bitcoin“’, figura como co-réu, juntamente com o CEO da CoinFLEX, Mark Lamb, e a OPNX, que seria a mesma CoinFLEX com apenas outro nome.
Tudo começou em junho de 2022, quando a CoinFLEX acusou Roger, que foi um dos seus primeiros investidores, de não pagar uma dívida de US$ 84 milhões. O calote teria sido a causa do colapso da corretora.
O valor era referente às posições abertas de Ver na exchange, cujos ativos derreteram com a quebra do ecossistema Terra Luna. A CoinFLEX não conseguiu liquidar a posição gigantesca de Ver a tempo e foi finalmente forçada a entrar com um pedido de reestruturação.
Em resposta, Ver iniciou um processo de arbitragem contra a CoinFLEX, pedindo indenização de US$ 200 milhões. Ele alegou que terceiros que sabiam de suas posições substanciais na plataforma negociaram contra elas.
Mais tarde, Lamb teria assinado sem autorização um acordo de liquidação entre a CoinFLEX e Ver, o que passa agora a ser uma das irregularidades apontadas no processo. Por sua vez, Ver disse ao CoinDesk que o registro público de sua disputa e e acordo com a CoinFLEX, não conta a história completa.
Em resumo, o processo dos credores da CoinFLEX busca recuperar quaisquer benefícios ou receitas rastreáveis que Ver recebeu como parte de um acordo com Lamb.
CoinFLEX e OPNX
Segundo o CoinDesk, os credores enquadram a nova plataforma OPNX como uma espécie de “rampa de saída cínica” para Lamb e seus associados mais próximos. Contudo, a OPNX, quando foi anunciada, veio como parte da reformulação da CoinFLEX, inclusive incentivando os usuários a migrarem seus fundos para a nova plataforma.
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A nova corretora foi constituída nas Seychelles, mas mantém um escritório em Hong Kong. Em janeiro, um documento vazado revelou que a OPNX foi originalmente chamada de GTX, e que teria como foco a negociação de pedidos de falência. Os nomes dos fundadores além de Lamb, eram Sudhu Arumugam, Su Zhu e Kyle Davies, com o processo liderado por Leslie Lamb, esposa de Mark Lamb.
O problema é que a criação da OPNX — que teve colaboração dos fundadores do também falecido fundo de hedge cripto Three Arrows Capital — não foi autorizada pelo conselho ou pelos credores da CoinFLEX, alegam os credores nos autos, que também querem que todos os ativos e lucros do OPNX sejam depositados em juízo.
Eles acusam Lamb de se apropriar da propriedade intelectual, da tecnologia, da base de clientes e dos funcionários da empresa para constituir a OPNX, ou seja, as alegações dos credores são de que Lamb violou suas obrigações para com a CoinFLEX.
Outro processo contra Jesus do Bitcoin
Principal idealizador do hard fork mais popular do Bitcoin, o Bitcoin Cash (BCH), Roger Ver também foi processado pela falida Genesis, que o acusou de um calote milionário. Em junho do ano passado, a empresa pediu mais de US$ 20 milhões de indenização por danos monetários, além de custos e despesas legais.
O caso também está pautado em posições de trading, onde a Genesis argumenta que o empresário não conseguiu liquidar transações de opções de criptomoedas que expiraram em dezembro daquele ano.
Em janeiro deste ano, a Genesis entrou com pedido de recuperação judicial sob o Capítulo 11 da Lei de Falências dos EUA, depois de ser fortemente atingida pela série de colapsos da indústria cripto em 2022.
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