Esta semana, a República de Palau anunciou uma parceria com o Cryptic Labs para lançar um programa de cidadania digital usando o Root Name System.
Surangel S. Whipps, Jr., presidente de Palau, assinou a Lei de Residência Digital, que entrou em vigor em 22 de dezembro.
“Uma das coisas que nós, como um país, queríamos fazer é diversificar nossa economia e criar um núcleo de centro financeiro”, disse o presidente Whipps em entrevista ao Decrypt. “Por sermos um pequeno país, isso é desafiador. Mas quando você está avançando digitalmente, é fácil.”
Ao usar o Root Name System, Cryptic Labs afirma que cidadãos globais podem pedir por cidadania digital apoiada pela República de Palau usando blockchain.
Em outras palavras, podem obter vantagens de cidadania na nação insular de 18 mil habitantes sem ter de morar lá fisicamente.
Se você é um usuário de criptomoedas em um país que restringe a negociação, esse é um grande bônus.
O Cryptic Labs, lançado na cidade americana de Palo Alto em 2018, afirma que o sistema baseado em blockchain permite a verificação segura de identidades e acesso a funções de “Conheça seu Cliente” (ou KYC, na sigla em inglês), necessárias para o uso de muitas plataformas.
O presidente enfatizou que a ideia não é ignorar regulações antilavagem de dinheiro e antiterrorismo, afirmando que procedimentos de KYC precisarão ser completados anualmente para manter a cidadania.
Candidatos com cidadania aprovada vão receber uma carteira de identidade física e digital (na forma de um token não fungível, ou NFT, um contrato desenvolvido em blockchain que concede direitos ou privilégios ao dono).
O Cryptic Labs ainda irá anunciar qual blockchain será usado pelo protocolo e afirmou que a fase inicial do programa só irá emitir carteiras de identidade físicas, pois NFTs só estarão disponíveis após o lançamento.
Whipps afirma que se unir ao Cryptic Labs ajudou as pessoas de Palau a entenderem sobre a tecnologia blockchain e seus possíveis benefícios. Ainda assim, ele compartilhou preocupações antigas que a nação tinha com criptoativos.
“Se você nos perguntasse, há um ano, se faríamos algo assim, provavelmente diríamos que não”, explicou. “Pois, há dois anos, dissemos não às criptomoedas em Palau porque aprendemos que é o que traficantes de drogas e terroristas usam.”
Mas, de acordo com o presidente, a educação e uma nova conscientização sobre os benefícios econômicos da tecnologia blockchain ajudaram a solucionar essas preocupações: “Felizmente, essa identidade digital também irá facilitar que pessoas façam parte da comunidade cripto.”
*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.