Homem que operou pirâmide de bitcoin é condenado a pagar R$ 3,2 bilhões em multa

Benjamin Reynolds, da Control-Finance, prometia lucro de 45% ao mês aos clientes
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(Foto: Shutterstock)

O Tribunal de Justiça de Nova York, nos Estados Unidos, condenou Benjamin Reynolds, diretor da antiga Control-Finance, a pagar US$ 572 milhões (R$ 3,2 bilhões) por operar uma pirâmide financeira de bitcoin.

Do valor total, US$ 429 milhões são referentes a uma multa civil e o restante será usado para restituir as vítimas, segundo release divulgado na sexta-feira (26) pela Comissão de Negócios de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês).

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Além da pena monetária, a ordem do Tribunal também proíbe Reynolds, que começou a ser investigado em 2019, a nunca mais se envolver em condutas que violem as regras do mercado de commodities dos Estados Unidos.

Promessa de 45% de lucro

De acordo com a comissão – que regula o mercado de futuros e opções do país -, entre maio e outubro de 2017 Reynolds captou de forma ilegal 22.190.542 bitcoins de 1.000 clientes por meio de site, redes sociais e comunicações por e-mail.

Na época, as criptomoedas eram avaliadas em US$ 143 milhões. Hoje, segundo o Índice do Preço do Bitcoin, valem US$ 6,9 bilhões.

Após receber os ativos digitais dos investidores, segundo nota sobre o caso publicada em 2019, o acusado transferia os recursos para wallets criadas em exchanges na América do Norte, na Europa e na Ásia.

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Ainda segundo a CFTC, Reynolds mentia para clientes e prometia pagar de 1,5% ao dia a 45% ao mês sobre os aportes financeiros. Ele também construiu uma rede de afiliados, que divulgavam o esquema em troca de bônus e recompensas.

“Embora Reynolds tenha declarado que devolveria todos os depósitos de bitcoin aos clientes da Control-Finance no final de outubro de 2017, ele nunca o fez e, em vez disso, reteve os depósitos para seu próprio uso pessoal. Os clientes perderam a maior parte ou todos os seus depósitos de bitcoin como resultado do esquema”, diz a nota do CFTC.

A comissão alertou que, apesar da multa imposta, as vítimas do acusado – que supostamente mora em Manchester, no Reino Unido – podem não recuperar seus fundos, pois ele pode ter sumido com o dinheiro captado de forma ilegal.