Imagem da matéria: Hedge Fund Americano Compara Bitcoin a Nada

É claro que se você vende um determinado produto e surge um novo no mercado que irá competir com o seu, você deve tomar algumas providências, como melhorar a sua imagem fomentando a área de marketing, procurar novas parcerias etc. Porém nem todo mundo é correto nessa abordagem e, em vez de procurar melhorar a sua mercadoria, parte para uma das piores estratégias de mercado, que é difamar o produto e/ou seu concorrente. Essa matéria é sobre o conceito de Bitcoin na visão de Paul Singer, fundador da Elliot Management, um fundo de investimento na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos.

A empresa emitiu uma carta a seus clientes no dia 26 de janeiro na qual faz sérias críticas às criptomoedas e exclusivamente ao Bitcoin.

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“Nós rimos de tribos primitivas que usavam grandes pedras (ou porcos) como moeda. Bem, ria como quiser, mas uma pedra ou um porco saudável é algo. As criptomoedas não são nada exceto o poder de marketing de inventores, financiadores e outros que amam a ideia de comprar uma caixa vazia pelo preço de uma Kia e sonhar que ela se transformará em uma Mercedes. E isso não é apenas uma bolha, não é apenas uma fraude, é talvez a expressão final da capacidade dos seres humanos para se apoderarem do éter e esperar montá-lo nas estrelas”.

O texto trata as criptomoedas como um “nada”. A frase que cita a palavra “éter” tem conotação poética, pois esse termo é muito usado em poesias para personificar o conceito de “céu superior”, ou seja, Elliott simplesmente fala que é tudo pura ilusão.

E não para por aí, em outra publicação a empresa faz uma comparação um tanto agressiva. Elliott chega a criar um acrônimo para endossar sua ideia sobre criptomoedas, o “WTHIT”, traduzido literalmente como “que merda é essa?” ou “que diabos é isso?”. “Essas moedas digitais não são apenas uma farsa ou uma “boa fraude”, mas sim um dos golpes mais brilhantes da história. Eu gosto do argumento de Yuval Noah Harari, em “Sapiens“, de que a principal vantagem do Homo Sapiens como espécie é a nossa capacidade de gerar ficções coletivas”.

Na mesma carta a empresa faz também algumas analogias com Teologia e Física:

“Não há uma base, exceto uma nova teoria para aceitar o limite de 21 milhões de bitcoins. Talvez possamos representar uma ‘lei de Moore’ (sobre semicondutores) que é: como o valor agregado do mercado de criptomoedas continua explodindo, vêm os incentivos para comprar mais e mais versões delas e mais imitações e ‘melhorias’ também (aqui ele se refere aos ‘forks’). Uma vez que o Bitcoin e seus primos (aqui ele cita o Bitcoin Cash, Bitcoin Gold e dá a entender as Altcoins também) são, no núcleo, absolutamente nada, não há limite para o fornecimento de Bitcoin, exceto os limites da ignorância humana. Não é glorioso um “nada” atrair tribos, sacerdotes e paroquianos. Essa multidão é quem valida esse objeto comprando-o a preços cada vez maiores”.

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De acordo com o Business Insider, Elliott Management administrou US$ 34,1 bilhões a partir de 1º de janeiro de 2018. Somente em 2017, o número de fundos hedge baseados em criptomedas cresceu de 30 para cerca de 130. Muitas empresas de fundos hedge tradicionais também migraram parcialmente para moedas digitais. O mais famoso investidor norte-americano, Bill Miller, detinha, em 2017, 50% desse mercado.

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