Além das discussões costumeiras sobre o preço do bitcoin após o halving, que ocorreu na segunda-feira (11), também surge outro debate, de cunho mais técnico: a rede do Bitcoin ficaria mais frágil após esse evento? Estaria mais exposta a um ataque dos 51%?
A hipótese foi levantada no último final de semana pela Messari, uma das principais empresas de análise do mercado de criptomoedas, em postagem no Twitter.
A partir do corte, a recompensa por bloco do Bitcoin caiu de 12,5 BTC por bloco minerado para 6,25 BTC, reduzindo a lucratividade para todas as empresas de mineração caso o preço permaneça no mesmo patamar.
A hipótese levantada pela Messari se baseia na premissa que, com a mineração mais difícil após o halving, haveria maior concentração do poder dessa mineração em menos mãos. Como resultado, ocorreria uma redução do hash da rede — a métrica para o poder computacional combinado dos mineradores de Bitcoin. Em consequência, a blockchain que sustenta o bitcoin ficaria menos segura e sujeita ao chamado “ataque de 51%”.
Também chamado de “ataque da maioria”, esse evento ocorre quando uma pessoa ou pool de mineração domina mais de 50% da capacidade de mineração do bitcoin. Com tal poder, poderia reverter transações — uma situação que, resumidamente, seria o fim da criptomoeda.
Apocalipse a caminho?
A própria Messari relativizou essa hipótese apocalíptica. Na mesma thread no Twitter, a empresa afirmou que tal queda, por exemplo, levaria o hashrate de volta ao patamar registrado em junho de 2019.
“A taxa de hash aumentou substancialmente desde que as plataformas de mineração da geração seguinte foram lançadas cerca de um ano atrás”, escreveu a Messari no Twitter.
O especialista em segurança e CTO do Zro Bank, Marco Carnut, vai na mesma linha. Embora em teoria exista a possibilidade de um ataque de 51%, ela se torna muto improvável na prática.
“Se o preço permitir que os mineradores continuem a ter lucro, o que suspeito ser o caso, pouco ou nada vai mudar. Se os eles não tiverem lucro, vão sair desligando as máquinas até atingir novamente um ponto de lucratividade. A rede vai ficar lenta e congestionada, o preço vai oscilar até atingir outro ponto de equilíbrio, como já aconteceu tantas outras vezes”.
Outro a descartar tal possibilidade é o diretor de tecnologia da Hashdex, Samir Kerbage. Segundo ele, caso mantidos os preços atuais do bitcoin, a maioria dos equipamentos de mineração mais modernos conseguem manter-se lucrativos e, portanto, continuarão suas atividades.
“A chamada ‘capitulação de mineradores’ deve acontecer em parte dos equipamentos mais antigos (Bitmain S9 e anteriores) que estejam operando com custo de energia mais alto. Mas estes representam uma parcela pequena do hashrate total da rede hoje, já que vêm sido substituídos aos poucos em preparação para o halving”.
Sobrevida com eletricidade barata
Há indícios que mineradores com máquinas já obsoletas ainda podem ter uma espécie de sobrevida no mercado pós-Halving.
A solução seria ir em busca de eletricidade mais barata, reduzindo os custos da atividade e conservando certa lucratividade.
Essa saída, no entanto, é momentânea. Isso porque tais mineradores desatualizados só poderiam seguir no mercado até que a taxa total de hash da rede cresça significativamente devido ao influxo de maquinas mais poderosas.
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