Hacker que roubou R$ 1 bilhão de projeto DeFi é preso pela Interpol após deixar rastros em live 

Hacker entrou em uma live do youtuber argentino Momo, doou US$ 4 mil em ether e assim foi rastreado pela polícia francesa
Imagem por detrás de uma pessoa algemada

Shutterstock

O hacker argentino Jaime Federico Ezequiel, suspeito de roubar R$ 1 bilhão em criptomoedas da plataforma DeFi Euler Finance em março deste ano, foi preso recentemente na França, após a Interpol encontrar o hacker por meio de rastros deixados por ele em uma live no Youtube.

Segundo informações do site Infobae, Jaime, de 20 anos, é um especialista em segurança cibernética natural de Lanús, Buenos Aires. Ele teria deixado a Argentina no dia 21 de setembro do ano passado rumo à França, e era considerado foragido desde 22 de junho deste ano.

Publicidade

Jaime acabou preso após as autoridades rastrearem sua localização em Paris, usando como base sua interação com um famoso youtuber argentino chamado Gerónimo Benavides, mais conhecido como Momo.

Durante uma transmissão ao vivo (assista ao vídeo abaixo) onde o youtuber estava maquiado de zumbi, o hacker doou para ele cerca de R$ 20 mil em Ethereum (ETH) e assumiu o hack da Euler. Posteriormente, Momo disse que também iria doar as criptomoedas recebidas.

HACKER ARGENTINO ME DONA $2.000.000 EN STREAM Y PASA ESTO

A publicação explica que Jaime tentou contar a mesma história que contou a Momo a vários veículos de comunicação da Argentina: o dinheiro doado era em sua essência parte da recompensa que o hacker ganhou pela devolução dos fundos roubados, o que de certa forma realmente ocorreu, já que ele ficou com 10% do valor, ou cerca de US$ 20 milhões.

Vale lembrar que empresas cripto hackeadas geralmente pedem a devolução dos fundos roubados prometendo entre 10% e 20% do valor ao invasor, que é uma forma de recompensá-lo pela descoberta de vulnerabilidade no sistema e incentivá-lo a devolver os fundos.

Publicidade

A prisão do hacker

De acordo com o Infobae, a Divisão Federal de Investigação de Fugitivos e Extradições da Interpol seguiu o rastro de Jaime graças à sua participação online na live e o prendeu numa ação que foi confirmada pela Polícia Federal da Argentina.

Contudo, quando autoridades de Buenos Aires acionaram a Interpol, Jaime já era acusado por danos financeiros causados à corretora de criptomoedas Buenbit, através de uma fraude em empréstimos com garantia com o protocolo da Euler.

Portanto, ele é acusado do crime de fraude, mediante a criação de uma estrutura de credores para desviar a área de empréstimos da Buenbit, uma das principais corretoras cripto da Argentina.

Imagens do hacker divulgadas pela Internol (Foto: Reprodução)

O ataque à Euler Finance

A Euler Finance sofreu um ataque de empréstimo instantâneo no dia 13 de março que drenou US$ 196,9 milhões do protocolo em várias criptomoedas.

Publicidade

Pouco depois, os criminosos enviaram algumas das moedas ligadas à exploração ao serviço de mixing Tornado Cash, ignorando o ultimato da equipe da Euler que exigia a devolução do dinheiro.

Em uma série de transações executadas entre 25 e 28 de março, o hacker da Euler acabou devolvendo um total de 84.951 ETH no valor de US$ 147,8 milhões, bem como US$ 29,9 milhões em DAI. 

O hacker, que se identificou como “Jacob”, voltou-se mais uma vez para o mensageiro público da blockchain, desculpando-se pelo ataque.

“Jacob aqui. Penso que o que digo não me vai ajudar de forma alguma, mas ainda assim quero dizê-lo. Eu fiz merda”, ele diz em uma das mensagens alegadamente enviada pelo hacker.

“Eu não queria, mas mexi com o dinheiro dos outros, com os empregos dos outros, com a vida dos outros. Eu realmente fiz muita merda. Desculpem-me. Eu não tinha a intenção de fazer tudo isso. Eu realmente não tinha essa intenção. Perdoem-me.”

Publicidade