Grupo que desviou R$ 10 milhões em Portugal e lavou com criptomoedas é alvo de operação da PF

Operação Redescobrimento, da Polícia Federal, desarticulou um grupo de brasileiros que aplicava golpes em Portugal e lavava com criptomoedas
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Agente da Polícia Federal durante a Operação Redescobrimento (Imagem: Divulgação/PF)

A Polícia Federal deflagrou na manhã de terça-feira (28) a Operação Redescobrimento, que mirou uma organização criminosa brasileira que, usando criptomoedas, teria desviado cerca de R$ 10 milhões de contas bancárias de clientes de bancos portugueses.

Segundo a PF, as investigações tiveram início em Portugal, pela polícia local, que identificou um grupo que fraudava contas bancárias e atuava a partir de cidades brasileiras.

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O grupo criminoso invadia dispositivos das vítimas para obter dados bancários por meio da técnica de phishing, mediante a criação de sites e telas similares aos de aplicativos de bancos portugueses contendo arquivos maliciosos, os quais eram acessados pelas vítimas. Além disso, havia também o envio de smishing (com a utilização de mensagens SMS) e vishing (com utilização de ligações telefônicas).

“A divisão de tarefas entre os integrantes da organização criminosa revelou também a existência de pessoas com a função especializada de realizar ligações telefônicas, com sotaque do idioma português falado em Portugal, para convencimento das vítimas portuguesas a fornecer dados relevantes ou adotar alguma conduta que permitisse a obtenção de dados sigilosos”, disse a PF.

Os valores retirados dessas contas em Portugal eram então desviados para contas bancárias abertas em nome de “laranjas” também no país europeu de pessoas de diferentes nacionalidades. Em seguida, os valores eram trazidos ao Brasil por meio de outros integrantes do grupo criminoso, que mantinham contas abertas em empresas que realizam transferências e remessas internacionais de valores, destinadas a receber o dinheiro de origem criminosa no Brasil.

“O grupo criminoso ainda lavava os valores das fraudes por meio de vastos investimentos em criptoativos, os quais eram vertidos em dinheiro corrente no Brasil para usufruto dos criminosos”, diz a polícia em nota.

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Após recebidos no Brasil, os valores eram então transferidos, ou sacados em espécie e logo após depositados, fazendo com que os ganhos financeiros dos crimes tivessem aparência de licitude e simulando origem legítima.

Foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão e 6 mandados de prisão preventiva nas cidades de Fortaleza (CE), Imperatriz (MA), Gurupi (TO), Jacareí (SP), São Bernardo do Campo (SP), Caraguatatuba (SP), Campinas (SP), Ribeirão Preto (SP), Vila Velha (ES) e Brasília (DF), além de ordens de bloqueio de bens e valores, deferidos pela Justiça.

Todos os alvos da operação foram presos, sendo dois em Fortaleza, um em Imperatriz, um em Gurupi, um em Jacareí e um em São Bernardo do Campo/SP. Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, invasão de dispositivo informático, furto mediante fraude e lavagem de dinheiro.