Quando a China suspendeu a mineração de bitcoin (BTC) este ano, mais da metade da taxa de hashes da rede Bitcoin foi forçada a migrar para o exterior.
Grande parte foi para os EUA, conforme evidenciado por uma gama de fazendas de hardware surgindo no Texas e em outras jurisdições favoráveis a cripto.
Mas nem todo esse poder de hashes foi tão longe assim.
O Cazaquistão, que se tornou o segundo país mais popular para a mineração de bitcoin, de acordo com dados do Cambridge Centre for Alternative Finance (ou CCAF, na sigla em inglês), está em uma encruzilhada graças à redução de recursos naturais, um desejo de migrar para alternativas renováveis e pedidos para que mineradores regulados arrumem a economia “clandestina” das criptomoedas.
Nessa quinta-feira (11), Magzum Mirzagaliyev, ministro dee Energia no Cazaquistão, garantiu que mineradores cripto não seriam removidos da rede nacional.
No entanto, os chamados mineradores sombrios (que não estão registrados no governo) podem ter de decidir se registrarem ou sair do país.
A ex-república soviética possui alguns dos preços mais baixos do mundo (cerca de metade das taxas cobradas nos EUA) pelo consumo de energia elétrica para casas ou empresas – ideais para a mineração de bitcoin que consome muita energia.
Além disso, a mineração cripto continua sendo uma tarefa barata no Cazaquistão, mas não por ser um mercado puramente livre, e sim, de forma irônica, por ser regulamentada e depender de carvão para impulsionar uma economia de ótimo desempenho.
O país está começando a sentir a pressão, principalmente conforme analise migrar para fontes de energia mais sustentáveis.
O governo estima que a mineração cripto compõe até 8% da capacidade de eletricidade do país, conforme 2/3 são consumidos por mineradores não regulados.
A National Association of Blockchain and Data Center Industry, um grupo comercial do Cazaquistão, afirma haver uma solução fácil.
Na terça-feira (9), pediu que o governo fosse atrás dos mineradores não registrados que têm o potencial de arruinar o ótimo acordo para agentes regulados.
“Embora muitos mineradores ilegais tenham estabelecido operações nos últimos meses, existem muitas empresas de bitcoin que estão operando no país há muitos anos e que cumprem totalmente com todas as leis, pagam seus impostos e fornecem empregos locais”, afirmou Alan Dorjiyev, presidente da associação.
Ele acrescentou que a associação está “colaborando de forma proativa” tanto com o Ministério de Energia e o Ministério de Desenvolvimento Digital para “criar um mercado justo e transparente onde aqueles que seguem as regras são capazes de operar enquanto aqueles que não as seguem serão forçados a fechar suas portas”.
De acordo com um artigo da Reuters nessa quarta-feira (10), alguns mineradores não regulados estão preocupados em se registrar oficialmente não apenas por conta dos requisitos fiscais, mas também por conta de outras propostas governamentais sob discussão.
“O imposto que o governo planeja apresentar é algo que mineradores são capazes de pagar”, afirmou um minerador anônimo à Reuters. “Mas ainda não se sabe quais demandas o governo pode implementar no futuro.”
Se as demandas forem muitas, a mineração de bitcoin poderá migrar novamente.
*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.