O Governo da Coreia do Sul lucrou cerca de US$ 11 milhões com a venda de 191 bitcoins confiscados há quatro anos de um réu que comercializava produtos pornográficos, o que é considerado ilegal no país. As informações são do Coindesk Korea, que afirmou na quinta-feira (01) tratar-se do primeiro evento desse tipo na história do país.
O réu, tratado pela promotoria apenas por ‘Ahn’, comandava um site de pornografia chamado AVSNOOP desde 2014 até ser pego pela polícia em 2017. Dele, então, foram apreendidos 216 bitcoins e encaminhado ao ministério público sul-coreano na ocasião. Contudo, mais tarde, a Justiça concluiu que 25 BTCs do montante não faziam parte do esquema, explicou o Coindesk.
Os que sobraram, 191 bitcoins, foram vendidos no último dia 25, que também marcou o início de novas regras para o mercado de criptomoedas no país, que classifica agora o bitcoin como um ativo virtual e determina a não permissão de compartilhamento de carteiras entre as exchanges.
Embora o governo dos EUA faça leilão de bitcoins desde 2014, os promotores sul-coreanos mantiveram o bitcoin confiscado nos últimos quatro anos devido à ambigüidade legal em torno da criptomoeda, comentou a publicação.
Coreia do Sul lucrou com ‘trade’
Quando os bitcoins foram confiscados em 2017, cada moeda valia cerca de US$ 1200; hoje, na faixa de US$ 58 mil. E foi nesse ciclo que a Justiça da Coreia do Sul determinou a venda do montante, quando o preço bateu US$ 57 mil em 25 de março.
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Com o ‘trade’, o montante que valia cerca de US$ 230 mil na época da apreensão, a Justiça ‘arrecadou’ 45 vezes mais, perfazendo um ‘lucro’ de US$ 11 milhões. O montante foi repassado ao Tesouro sul-coreano, segundo a publicação.
‘Ahn’, que já cumpriu 18 meses atrás das grades e foi libertado em outubro de 2018 agora deve receber os 25 BTCs restantes considerados legítimos, que atualmente valem hoje aproximadamente US$ 1,5 milhão.
Leilões de bitcoin
Como comentou o Coindesk, os EUA fazem leilões de bitcoin desde 2014. O último estava previsto para ocorrer entre os dias 29 e 31 de março, quando do anúncio do pregão cinco dias antes feito pela Administração de Serviços Gerais (GSA), órgão do governo americano.
No leilão anterior, o GSA ofertou apenas frações da criptomoeda — 0.7501 btc. Após receber 204 lances de 31 participantes, o órgão arrecadou mais de US$ 53.000, cerca de 21% acima do preço de mercado no momento da licitação. Na ocasião, 1 BTC valia aproximadamente US$ 55.400.
Em um leilão de 2014, o investidor americano Tim Draper arrematou 30 mil BTCs. Na época, a unidade da criptomoeda era cotada a US$ 650. Outros países também fizeram suas eleições, como França e Suécia.