O governo da Austrália está tentando reaver US$ 29 milhões em bitcoins de um casal investigado por um suposto golpe aplicado em 92 investidores através de uma empresa chamada One Multi Services Pty. À frente do processo está a Comissão de Valores Mobiliários da Austrália (ASIC) que acredita que os fundos foram movidos para para uma carteira física de criptomoedas, já eu os BTCs não estão em nenhuma exchange do país.
Apesar de nenhuma queixa ainda tenha sido formalizada por clientes, contas bancárias mostram que a empresa do casal Aryn Hala e Heidi Walters angariou pelo menos US$ 25 milhões dos investidores que estavam usando em benefício próprio, conta o The Sydney Morning Herald (SMH) em publicação nesta terça-feira (23).
Segundo o site, a ASIC alega que Hala e Walters usaram o dinheiro dos investidores para comprar bitcoin, carros e marcas de roupas famosas, além de pagarem por uma cirurgia estética e doar um fundo relevante para uma igreja administrada por eles.
O órgão regulador obteve ordens provisórias e liminares da Justiça de Queensland contra o casal e a empresa ainda no início de novembro por oferta de investimento não registrada.
Corretora de bitcoin negou conta
Ainda segundo o SMH, ao ser notificada, a corretora de criptomoedas Coinspot, uma das maiores do segmento na Austrália, negou que houvesse alguma conta em nome de Hala e Walters ou de sua empresa One Multi Services Pty. Porém mais tarde uma conta apareceu.
O que ocorreu é que o órgão regulador notificou vários bancos com os dados do casal e acabou descobrindo que havia sim uma conta ligada à Coinspot em nome de Hala, que inclusive mantinha uma saldo de $ 1,96 (dólar australiano). O desfecho da investigação deixou a corretora sem saída que se defendeu:
“Em linha com as nossas políticas rígidas de gestão de segurança da informação e AML-CTF, as informações relacionadas a uma solicitação específica podem precisar ser verificadas antes que qualquer informação possa ser compartilhada”.
Auditoria espera localizar carteira com bitcoin
A mando da ASIC, foi realizada então uma auditoria que revelou que a carteira de Bitcoin de Hala havia recebido 375,99 bitcoins e que apenas uma ordem de venda tinha sido executada, totalizando $ 979 mil (cerca de US$ 700 mil), “indicando que $ 28,4 milhões em criptomoedas estavam localizadas em algum lugar”, descreveu a reportagem.
Entrou também para apoiar as investigações a empresa de auditoria KPMG, afirma o SMH, acrescentando que as autoridades têm esperança de que a ASIC e os administradores possam recuperar parte do dinheiro dos investidores.
Tanto o órgão regulador quanto o auditor esperam poder contar com a cooperação dos acusados no acesso à suposta carteira física de bitcoin.