Governo da Argentina proíbe empresa de oferecer investimentos em criptomoedas

Os reguladores argentinos acusam a Coinx World de realizar oferta pública irregular de valores mobiliários
Uma pessoa acena com uma das mãos em sinal de pare

Shutterstock

A Comissão Nacional de Valores (CNV), órgão que regula o mercado de capitais na Argentina, emitiu na quarta-feira (8) um stop order para uma suposta empresa de investimentos em criptomoedas chamada Coinx World.

De acordo com os reguladores, a empresa oferecia uma oferta pública de rentabilidade sem autorização do governo, já que a entidade deveria responder ao Ministério da Economia.

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“Conforme o precedente exposto, e em face da intermediação irregular de oferta pública por não possuírem a autorização legal desta CNV para tanto, cabe notificar a Coinx World e o Sr. Juan Manuel Malaspina que cessem imediatamente em qualquer meio de comunicação convite ou oferta pública de negociação de valores mobiliários em todo o território da Argentina”, diz um trecho do documento da CNV, cuja atuação se assemelha a da CVM brasileira.

No Twitter, a agência deixou claro que a medida é uma proteção ao investidor.

https://twitter.com/CNVArgentina/status/1534637308196147200

As irregularidades da Coinx World

O que pesa contra a Coinx World, além da promessa de alta rentabilidade, é sua atuação como “Consultora Financeira” e oferta de “Serviços de Auxílio Financeiro”, como descreveu a CNV, sem apontar qual a porcentagem oferecida pela empresa.

De acordo com o órgão, um jovem de 24 anos conhecido como Malaspina, é o diretor da empresa após pesquisas feitas em redes sociais por uma equipe da CNV, além de entrevistas que ele deu para alguns sites.

Segundo o portal de notícias Infobae, Malaspina afirmava que sua empresa se tratava de uma plataforma descentralizada baseada na diversificação de diferentes recursos e mercados “para melhor administrar o capital de nossos clientes”.

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O foco da promoção da Coinx, contudo, sempre esteve em redes sociais como Instagram. Aliás, foi no Instagram que a empresa avisou um dia antes do stop order que não iria mais oferecer investimentos e que, para devolução de dinheiro, o cliente deveria entrar em contato de forma privada.

Um deputado da Argentina também parece estar envolvido no que pode ser mais um caso de esquema de pirâmide no país — recentemente, o diretor de uma empresa com ofertas semelhantes às da Coinx, Leonardo Cositorto, acabou na prisão.

Em um vídeo, divulgado pelo portal Infobae na quarta-feira, o parlamentar Javier Milei supostamente promove a empresa. Imagens mostram ele entrando no escritório da Coinx e anunciando: “Olá a todos, eu sou o leão”.