Golpista pega 8 anos de prisão por roubar R$ 3,6 milhões em criptomoedas fingindo ser suporte da Apple

Amir Hossein Golshan aplicava diferentes tipos de golpes para roubar dados e dinheiro de vítimas entre 2019 e 2023
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Foto: Shutterstock

Um morador de Los Angeles, Estados Unidos, foi condenado esta semana a oito anos de prisão por cometer uma série de fraudes entre os anos de 2019 e 2023, incluindo clonagem de chip de celular, sequestro de contas de redes sociais e por fingir ser do suporte da Apple para roubar dados de clientes.

Amir Hossein Golshan foi condenado pelo juiz distrital Otis D. Wright II, que também o condenou a pagar US$ 1.218.526 em restituição. No total, todo o esquema causou aproximadamente US$ 740 mil (R$ 3,6 mi) em perdas a centenas de vítimas, disse o Departamento de Justiça (DoJ) em nota.

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O juiz afirmou na audiência que os crimes de Golshan foram “além de apenas dinheiro” e que mostraram uma “crueldade desenfreada” que fez com que as vítimas vivessem num estado de “medo e preocupação constantes”.

Em julho deste ano, o acusado já havia se declarado culpado de uma acusação de acesso não autorizado a um computador protegido para obter informações, uma acusação de fraude eletrônica e uma acusação de acesso a um computador para fraudar e obter dinheiro. Ele está preso desde junho deste ano após violar sua liberdade pré-julgamento.

Um dos principais golpes aplicados por Golshan está o de “SIM swapping”, conhecido no Brasil como clonagem do chip de celular. Nele, o criminoso aplica técnicas para enganar não só o cliente, mas também as operadores de telefonia para conseguir fazer com que um determinado número passe a ser controlado por ele, com isso ele consegue alterar senhas e ter acesso à contas de diferentes aplicativos, já que as verificações enviadas por mensagem irão para ele.

Golshan aplicou esse golpe em uma influenciadora com mais de 100 mil seguidores, roubando sua conta no Instagram e pedindo dinheiro para seguidores e amigos dela, conseguindo milhares de dólares, segundo o DoJ. Durante esse tempo, ele ainda chantageou a vítima pedindo US$ 2 mil para devolver o acesso às contas.

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Suporte da Apple

O DoJ aponta ainda que em outra estratégia usada por Golshan, ele se passou pelo suporte da Apple para obter acesso não autorizado às contas iCloud de várias vítimas, roubando assim NFTs, criptomoedas e outras propriedades digitais valiosas. “Através desta conduta, Golshan fraudou cinco vítimas em quantias entre US$ 2 mil e US$ 389 mil cada”, diz a Justiça americana.

Em um caso, de agosto de 2022, o criminoso ligou para uma vítima do número de telefone oficial do suporte da Apple e fingiu ser um funcionário da empresa. Golshan disse à vítima que eles queriam lhe fornecer um protocolo de segurança avançado para proteger sua conta iCloud. Ele então fez com que um código de autenticação em duas etapas fosse enviado ao telefone da vítima.

Em seguida, ele conseguiu fazer com que a vítima dissesse o código, dando-lhe acesso à conta iCloud. Ele então alterou o endereço de e-mail da conta para um endereço de e-mail que ele controlava. Com isso, Golshan roubou propriedades digitais valiosas, incluindo um NFT avaliado em aproximadamente US$ 319 mil e cerca de US$ 70 mil em criptomoedas. No mesmo dia, ele vendeu o NFT roubado por US$ 130 mil em criptomoedas em um mercado de NFT.

“Os crimes [de Golshan] demonstram uma total falta de respeito pela lei e pela dignidade humana básica”, argumentaram os promotores em um memorando de sentença. “Ele demonstrou pouco remorso por suas vítimas ou por ter sido pego durante seus anos de crime, acreditando que poderia se esconder atrás do anonimato de nicknames ou VPNs, e que suas vítimas – que estavam do outro lado do computador – nunca o encontrariam.”