Golpe do falso emprego no mercado de criptomoedas se espalha pelo mundo

No esquema, falsos recrutadores oferecem vagas mas pedem que os candidatos comprem criptomoedas para mostrar conhecimento do assunto
Homem oferecendo maço de dinheiro

Shutterstock

Continuam crescendo os golpes nos quais falsos recrutradores oferecem vagas de emprego e, no meio do processo, pedem que o candidato compre criptomoedas como uma maneira de provar que sabe do assunto.

O Portal do Bitcoin publicou o relato de um jornalista e profissional de mídia brasileiro em dezembro, mas reportagem do Valor Investe mostra que não se trata de um caso isolado: o golpe está ocorrendo com pessoas de todo o mundo.

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Um episódio aconteceu com o consultor da parea de tecnologia indiano Yashaswi Singh. O profissional foi procurado por e-mail para trabalhar no CoinDesk, portal jornalístico que cobre criptomoedas.

Todo o processo foi feito por e-mail e parecia correr tranquilamente, até os falsos recrutadores pedirem que ele comprasse US$ 100 em criptomoedas para mostrar que tinha familiaridade com o assunto.

Ele recusou a proposta de compra. “Se não fosse um golpe, eles teriam enviado pelo menos mais um e-mail para saber o que houve”, disse ao jornal.

As tentativas de golpe têm sido tão comuns que o CoinDesk publicou uma mensagem em seu site mostrando a lista de funcionários e seus perfis oficiais. “Se alguém quem não esteja nessa lista entrar em contato no Twitter, Telegram ou outro canal dizendo que um membro do Coindesk, imediatamente nos notifique em fraud@coindesk.com.”

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Caso brasileiro

No caso relatato pelo Portal do Bitcoin, Gustavo Miller diz que foi abordado por uma pessoa que se dizia recrutadora para a Coinbase, maior corretora de criptomoedas dos Estados Unidos.

Ele conta que recebeu um email de uma pessoa que dizia ser recrutadora da corretora e que lhe ofereceu uma proposta de trabalho. Conforme seu relato, até esse ponto, ele ainda não tinha desconfiado de nada. ”Era um cargo remoto como autônomo, algo com o qual estou bastante familiarizado. O salário era bom, mas pedi alguns dias para pensar”, escreveu.

Nesse tempo, Miller aproveitou para pesquisar sobre o recrutador e viu que ele tinha milhares de conexões no Linkedin, passagens por grandes empresas e até mesmo recomendações de alguns contatos. Aproveitou também para falar com um amigo da Binance e outro da própria Coinbase.

“Ele recomendou a empresa e tirou algumas das minhas dúvidas. Então eu assinei o contrato”, relata.

Quando começou o treinamento, no dia seguinte, conta Miller, ele teve que instalar o aplicativo da plataforma cripto Paxful, conforme instrução do recrutador, para análise de concorrência. No entanto, uma surpresa estava por vir.

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“Em algum momento me pediram para comprar US$ 200 [cerca de R$ 1 mil] em bitcoins e transferi-los para uma conta de treinamento da Coinbase. Acionei então uma bandeira vermelha e solicitei uma chamada de vídeo com o (falso) recrutador”, conta Miller.

Ao perceber que Miller não estava confortável, a pessoa responsável pelo treinamento mudou o rumo da conversa e pediu para ele entrar em uma página falsa da [empresa de produtos e serviços] Insight e então pedir seu material de trabalho, como notebook, fones, etc. 

“Cerca de 10 minutos depois, recebi um e-mail de alguém da Insight com uma fatura de US$ 3.200”, revelou. Ele então percebeu coisas estranhas no email e no site, como erros gramaticais, e resolveu buscar casos semelhantes, e foi aí que caiu a ficha que aquilo não passava de um golpe.

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