O bilionário norte-americano Stanley Druckenmiller, considerado um dos maiores investidores de todos os tempos, defendeu o potencial do Bitcoin como reserva de valor e deu detalhes sobre a sua história com a criptomoeda em entrevista concedida ao portal The Hustle.
Ele conta que quando ouviu falar sobre o bitcoin pela primeira vez, ele não entendia a necessidade da moeda e testemunhou “horrorizado” os preços subindo de US$ 50 para US$ 17 mil.
“Eu queria comprar todos os dias. Ele estava subindo e — mesmo que eu não pensasse muito nisso — eu simplesmente não conseguia suportar o fato de que estava subindo e eu não o possuía. Eu nunca tive bitcoin entre US$ 50 e US$ 17 mil, eu me sentia um idiota”, disse o bilionário.
De acordo com Druckenmiller, tudo mudou quando ele recebeu uma ligação do bilionário Paul Tomes — outro grande investidor de BTC — em que contou que 86% das pessoas que possuíam o ativo no topo, não venderam.
“Isso era enorme na minha mente. Então aqui está algo com um suprimento finito e 86% dos proprietários são fanáticos religiosos. Quero dizer, quem diabos segura algo cujo preço vai US$ 17 mil a US$ 3 mil? Adicione isso a esse novo fenômeno de loucura do Banco Central”.
Esse foi o empurrão final que ele precisava para investir na moeda. Ele relata que queria comprar US$ 100 milhões em bitcoin quando a cotação estava em torno de US$ 6 mil, mas que só conseguiu comprar US$ 20 milhões tentando por duas semanas.
Ele disse que achou “ridícula” a dificuldade de comprar o criptoativo. “Então, como um idiota, parei de comprá-lo. A próxima coisa que eu soube, bitcoin está sendo negociado a US$ 36 mil”, lamenta. Ele disse que ainda possui um pouco da criptomoeda atualmente, mas que na época vendeu uma parcela.
“Meu coração nunca esteve nisso. Eu sou um dinossauro de 68 anos, mas uma vez que ele [bitcoin] começou a se mover e essas instituições começaram a aumentá-lo, eu pude ver o velho elefante tentando passar pelo buraco da fechadura e não conseguindo passar a tempo”.
Opinião sobre Ethereum e Dogecoin
Questionado sobre a concorrência entre as duas principais criptomoedas do mercado, Bitcoin e Ethereum, Stanley Druckenmiller disse que o BTC ganha na batalha de reserva de valor.
“O bitcoin tem a sua marca, existe há 13 anos, tem uma oferta finita. Vai ser ouro? Não sei. Mas com certeza está fazendo uma boa imitação disso nos últimos dois anos”, aponta.
Druckenmiller se mantém mais cético quanto à capacidade do Ethereum manter a sua posição no mercado. Ele vê o projeto como uma espécie de Yahoo ou MySpace, uma tecnologia pioneira que foi substituída por um produto melhor como Google e Facebook.
O investidor também aproveitou para falar da criptomoeda meme Dogecoin, adorada por empresários como Elon Musk. Na visão dele, a moeda é a “manifestação da política monetária mais maluca da história” e que não encontra qualquer utilidade nela.
“Eu apenas tento fingir que Doge não existe. Eu penso tão pouco nisso, nem me incomoda quando sobe. Quando o Bitcoin costumava subir, eu ficava louco porque não era meu dono. Quando Dogecoin sobe, eu simplesmente começo a rir”, concluiu.