GAS Consultoria: Administrador judicial fará cadastro de quem tem dinheiro a receber

Advogado responsável estima a existência de cerca de 300 mil credores da empresa criada pelo “Faraó do Bitcoin”
Imagem de Glaidson Acácio dos Santos, mais conhecido como Faraó do Bitcoin

Glaidson Acácio dos Santos, mais conhecido como Faraó do Bitcoin (Foto: Reprodução)

Nomeado como administrador judicial do caso GAS Consultoria, o escritório de advocacia Zveiter Advogados começou a cadastrar em seu site os credores da GAS Consultoria, a empresa liderada por Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como “Faraó do Bitcoin”.

Conforme aponta reportagem do jornal EXTRA, a estimativa é que existam 300 mil credores, sendo a maioria de investidores que foram prejudicados quando a empresa parou de fazer os pagamentos.

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O advogado Sérgio Zveiter, titular do escritório, no entanto, já adiantou que as dívidas só serão pagas se o dinheiro apresentado pela GAS Consultoria for comprovadamente de origem lícita.

No dia 20 de maio, a juíza Maria da Penha Nobre Mauro da 5ª Vara Empresarial da Capital do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), determinou, em caráter liminar, a suspensão por 180 dias de todas as ações e execuções de dívidas da GAS Consultoria. A empresa tem 30 dias para apresentar um plano de recuperação judicial.

A juíza estabeleceu Sérgio Zveiter como o administrador judicial do caso, mas ele não representa a empresa em nenhuma esfera das ações civis e penais.

Com a decisão da magistrada, ficaram suspensos todos os arrestos e bloqueios sobre valores, bens e contas bancárias em todos os processos nos quais a GAS é ré. Com a finalidade de reembolsar os credores e investidores, a juíza determinou ainda a transferência dos valores para a ação de recuperação judicial.

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As informações pedidas pelo escritório aos credores da GAS Consultoria são: nome completo do credor, os documentos pessoais ou societários, a planilha atualizada do crédito até 19 de maio de 2022 e os documentos comprobatórios do crédito, como contrato, recibos e comprovantes de depósito.

“No pedido, nossa expectativa é de que a empresa apresente logo a lista de credores, os valores da dívida, os ativos disponíveis para honrá-los e, principalmente, a comprovação de que as atividades da GAS eram lícitas”, disse Zveiter ao jornal EXTRA.

Prisão

Em agosto de 2021, a Polícia Federal deflagrou a Operação Kryptos, para investigar a fraude milionária aplicada por Glaidson Acácio dos Santos através da GAS Consultoria.

Durante a operação, as autoridades apreenderam 591 bitcoins que estavam em posse de Glaidson, dezenas de carros de luxo e mais de R$ 13 milhões em espécie.

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Desde que foi Glaidson preso, sua defesa já enviou diversos pedidos de Habeas Corpus ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Todas as decisões, até o momento, negaram as solicitações, argumentando não haver ilegalidade na sua prisão preventiva da Glaidson.

As investigações comprovaram que ele planejava fugir do Brasil antes da prisão e que, mesmo após estar preso, continuou operando o sistema criminoso. 

Atualmente detido, o líder da GAS Consultoria é acusado de lavagem de dinheiro, crimes contra o Sistema Financeiro Nacional e participar de organização criminosa.

andre franco