Imagem da matéria: Futuro é multichain, mas qual será o espaço do Ethereum? Especialistas debatem
(Encontro de julho do Digital Horizons Foto: Fernando Martines/Portal do Bitcoin)

O futuro é multichain, mas o papel central do Ethereum na liderança da adoção das redes de contratos inteligentes tem sido cada vez mais questionado. Essa foi a conclusão do debate da última edição do “Digital Horizons”, evento promovido pelo MB em parceria com o Portal do Bitcoin que mensalmente promove conversas sobre o mercado cripto, finanças e tecnologia.

Felipe Sant’Ana, fundador da Paradigma, firma de research focada em criptomoedas, foi um dos debatedores do encontro que ocorreu na terça-feira (22) em São Paulo, e se mostrou mais pessimista quanto ao futuro do Ethereum, que neste mês de julho completa dez anos de existência.

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O especialista ressaltou que os pilares no qual a rede foi construída são imutáveis e não favorecem um uso rápido e barato: a escalabilidade do Ethereum é feita com redes de segunda camada, que adicionam mais uma etapa em todo o processo.

Leia também: O que são redes de segunda camada, rollups e sidechains? 

Solana, que é a principal competidora, desde o começo adotou uma filosofia de design mais monotônica. ‘Vou querer ser uma blockchain só e tudo vai acontecer aqui dentro’. Consequência disso é uma blockchain mais parruda, mais pesada. O arquivo histórico dessa blockchain vai ocupar mais memória computacional e então talvez a gente não vai conseguir ter um nó da Solana na nossa casa, no nosso computador. Vai ter que ser em data center, então vai ser uma blockchain mais centralizada. Mas o varejão não está nem aí para isso, na hora de comprar e vender, eles querem uma operação barata e rápida”, disse Sant’Ana.

O fundador da Paradigma afirma ver o projeto em um beco sem saída:  “Pode escalar, pode melhorar, fazer milhares de upgrades, mas as transações vão continuar mais caras que na Solana.”

Já Rony Szuster, head de research do MB e o outro debatedor da noite, apontou que vê com clareza um mundo multichain no qual haverá espaço para as duas redes. O ponto é entender qual será o espaço ocupado por cada uma delas e qual tipo de solução cada uma irá oferecer. 

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“Tem várias indústrias na qual você tem o player líder e outros menores que ocupam nichos. Consigo ver um futuro multichain muito facilmente. Quando quiser usar algo mais descentralizado, use Ethereum. Quando quiser usar algo mais barato, use Solana. Você não vai fazer High-Frequency Trading (Negociação de Alta Frequência) no Ethereum”, disse Szuster, em debate mediado pelo jornalista Cassio Gusson.

Estrutura do Ethereum é um trunfo

O head de research do MB aponta que o Ethereum precisa de melhores opções de interoperabilidade com suas redes de segunda camada e que esta tem sido uma tarefa na qual a comunidade se debruça com força nos últimos meses e anos.

Se conseguir este feito, será uma blockchain com escalabilidade, extremamente descentralizada, barata e rápida no uso de suas segundas camadas bem integradas à rede principal. 

Em 2024, Ethereum chegou ao patamar de mais de 13 mil nós formando a blockchain e um milhão de validadores. Além disso, 8 mil programadores trabalham em projetos na rede e mais de 2 mil atuam com foco único nela. Os dados fazem Szuster ter confiança que a rede irá seguir relevante sempre.  

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“Ethereum está evoluindo para um caminho próprio, só no futuro a gente vai ver se foi bom ou ruim em termos de preço do ativo. Mas ele já tem seu lugar no futuro no qual vai ser muito útil, talvez porque seja mais descentralizado. Consigo ver redes complementando o Ethereum, mas não substituindo”, concluiu. 

Concorrência

Sant’Ana concorda que o futuro será multichain, mas aponta que Ethereum se beneficiou por muito tempo de ser a única rede, fora o Bitcoin, com massa crítica: ferramentas para desenvolvimento, boas wallets, gente para testar aplicações, documentação bem feita. 

“Hoje em dia a Solana também tem efeitos de rede, do ponto de vista de desenvolvimento, tão importantes quanto do Ethereum. Então o Ethereum teve uma janela na qual ela era a única alternativa, a única blockchain criativa e expressiva para as pessoas empreenderem e lançarem coisas novas. Agora não é mais a única. Tem ainda vantagem, mas a vantagem não dura para sempre”, alertou.

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