A maioria dos fundos de investimento ligados a criptomoedas que contam com regulação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) tiveram desempenho positivo em maio e melhoraram o valor já acumulado neste ano.
Em vários casos a rentabilidade apresentada é superior à obtida pelo dólar e Ibovespa em 2020 — há fundos com rendimento superior a 80%, enquanto a Bolsa acumula queda de 19,58% e o dólar valorizou 28,57%.
Há quatro gestoras no Brasil com fundos compostos em alguma medida por moedas digitais como o Bitcoin, todas com autorização da CVM: Hashdex, BLP, Vitreo e QR Capital. Ao todo, os onze fundos mantidos por essas gestoras administram um montante de R$ 201,6 milhões, de acordo com a plataforma Mais Retorno.
A participação dos criptoativos em cada fundo varia de 20% nas carteiras mais conservadoras a até 100% nas de perfil mais arrojado. Estas últimas são restritas aos chamados “investidores profissionais” (pessoa física ou jurídica que possui mais de dez milhões de reais em investimentos).
Campeões de rendimento
Entre os fundos cripto, o que obteve melhor rendimento no ano foi o BLP CryptoAssets FIM, da BLP, com rentabilidade de 84,57% — apesar da queda de 2,41% no mês. O fundo tem característica arrojada, investindo até 98% de seus recursos no Genesis Block Fund no exterior e o restante em títulos públicos federais.
A BLP também conta com outro fundo chamado BLP CriptoAtivos FIM, onde investe até 20% em ativos digitais e o restante em LFTs. A rentabilidade acumulada desse fundo em 2020 é de 16%, abaixo do outro produto oferecido pela empresa mas ainda com uma performance melhor que o Ibovespa.
O resultado do campeão de rentabilidade no mercado brasileiro foi seguido de perto pelo Hashdex Criptoativos Voyager, da Hashdex, uma carteira composta totalmente por ativos digitais — onde o bitcoin responde por 74% de seu total e o restante dividido entre algumas criptomoedas. No acumulado do ano o resultado dessa aplicação é de 74,48%.
A Hashdex conta com três modalidades de fundos com criptos: Discorvery (20%), Explorer (40%) e Voyager (até 100%). É possível investir em cada um deles por meio de corretoras como XP, BTG Pactual e Órama. A gestora conta ainda com um índice próprio, o HDAI (Hashdex Digital Assets Index), formado por uma cesta de criptomoedas com participação relevante no mercado.
Tanto o fundo da BLP quanto o da Hashdex que investem até 100% em criptoativos, são focados em investidores profissionais e, por isso, têm uma quantidade menor de cotistas (40 e 58 respectivamente) em comparação com os fundos oferecidos pelas empresas focados no público geral, com diversificação em renda fixa, que chegam a superar os 1.500 cotistas.