A afiliada americana da corretora de criptomoedas FTX anunciou o lançamento de uma nova unidade de jogos chamada FTX Gaming.
“Estamos lançando a FTX Gaming porque vemos jogos como um caso de uso interessante para cripto. Existem mais de dois bilhões de jogadores no mundo que jogam e colecionam itens digitais e, agora, também podem possuí-los”, afirmou um porta-voz da FTX à Bloomberg.
A FTX Gaming irá lançar tokens de jogos, oferecer suporte a tokens não fungíveis (ou NFTs, na sigla em inglês) e já está contratando engenheiros de software.
Há três meses, a FTX anunciou que iria coinvestir (junto com Lightspeed Venture Partners e Solana Ventures) US$ 100 milhões em projetos de jogos cripto.
Amy Wu, ex-sócia do Lightspeed Ventures, também entrou recentemente para a corretora cripto para liderar o novo fundo de web 3 de US$ 2 bilhões da FTX. Na época, Wu sugeriu soluções completas para que publicadores de jogos integrem vários elementos cripto.
“Todos podemos fornecer essas soluções às maiores empresas de jogos do mundo e aos novos estúdios independentes que buscam por uma solução integral”, disse ela.
“Estamos superempolgados por sermos um grande participante ao fornecer e ser uma fornecedora de tecnologia para a indústria dos jogos”. O lançamento da FTX Gaming e de sua plataforma “crypto-as-a-service” parecem ser exatamente ao que Wu estava se referindo.
Essa notícia surge em um momento em que grandes nomes do mundo dos jogos continuam buscando a melhor forma de entrar para o setor cripto.
NFTs, cripto e jogos
Grandes publicadores de jogos ao redor do mundo já entraram para o bonde dos NFTs.
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Andrew Wilson, CEO da Electronic Arts (ou EA), sugeriu que NFTs serão “uma importante parte do futuro de nossa indústria”.
Por sua vez, a Square Enix anunciou planos de incorporar cripto e jogos, pois o CEO Yosuke Matsuda afirmou que jogos blockchain devem se tornar um setor no qual a publicadora do Final Fantasy poderá focar seus investimentos no futuro.
Ainda assim, a Ubisoft, outra publicadora de jogos bem-conhecida, recebeu bastantes críticas de sua base de fãs ao anunciar que iria incorporar NFTs ao jogo Ghost Recon Breakpoint.
No entanto, a empresa se manteve firme e chamou NFTs de “grande mudança” que levará um tempo para acontecer.
Apesar de o setor cripto estar extremamente empolgado com NFTs, muitos jogadores discordam, considerando a tecnologia como nada além de uma oportunidade de publicadoras ganharem (mais) dinheiro
“Existem poucas bases de fãs que são mais apaixonadas do que um jogador em relação a seu jogo. São superprotetores em manter a integridade do conteúdo, que o estúdio esteja fazendo a coisa certa, de que sua voz esteja sendo respeitada”, explicou Wu em participação ao podcast “gm” do Decrypt.
“Estúdios de jogos devem ser bem mais atenciosos e cuidadosos sobre como se comunicam com sua base de jogadores, principalmente se você está pegando um jogo amado e acrescentando componentes blockchain a ele. É diferente quando você está criando um novo jogo”, acrescentou.
*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.