Fornecedora de serviços de privacidade ao Ethereum arrecada US$ 17 milhões

Aztec, que desenvolve provas de conhecimento zero na Ethereum, promete expandir suas opções de privacidade entre uma variedade de aplicações
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Foto: Shutterstock

A Ethereum é o blockchain mais popular do mundo, mas não é muito privado. Assim como outros registros distribuídos, cada transação na Ethereum é atribuída a um endereço de carteira que, muitas vezes, pode ser rastreado a uma empresa ou pessoa específica.

Um projeto chamado Aztec está trabalhando para mudar isso e, nesta quinta-feira (16), anunciou ter arrecadado US$ 17 milhões para expandir o que descreve como “privacidade programável” para a Etehreum.

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Quando foi lançado em 2019, Aztec apresentou uma nova camada acima do blockchain Ethereum, capaz de registrar transações de forma anônima usando provas de conhecimento (ou ZPK), um termo que descreve a criptografia capaz de fornecer algo que seja verdade sem que alguém precise revelar a totalidade dos detalhes pessoais.

Por exemplo, ZPKs podem ser usadas para demonstrar que alguém é maior de idade sem mostrar seu nome ou data de nascimento.

Desde seu lançamento, Aztec ofereceu seus recursos de privacidade por meio de um produto chamado zk.money, que fornece transações anônimas na Ethereum, mas opera como uma rede distinta.

No entanto, nesta quinta-feira, Aztec anunciou que está apresentando um conjunto de ferramentas chamado Aztec Connect, a fim de permitir que desenvolvedores acrescentem seu recurso de privacidade a uma grande variedade de protocolos ao usar uma ponte de software.

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“Permite que usuários acessem, de forma confidencial, serviços DeFi de excelência na Ethereum poupando até cem vezes o custo, tudo enquanto fortalece as existentes garantias de privacidade da Aztec.

No lançamento, Aztec Connect estende as capacidades do zk.money, acrescendo funcionalidade de permissões de grandes parceiros tecnológicos das DeFi”, afirmou a empresa em uma publicação.

Em entrevista ao Decrypt, Joe Andrews, cofundador da Aztec, afirmou que isso significa que desenvolvedores poderão conectar sua ferramenta de privacidade a qualquer protocolo desenvolvido na Ethereum.

Ele acrescentou que o serviço foi criado para ser apermissionado e, no futuro, será encontrado em uma variedade de plataformas DeFi populares, como Uniswap, e em carteiras, como MetaMask e Rainbow.

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Aztec já firmou uma parceria com o serviço de empréstimos DeFi Element e afirma que muitas outras parcerias estão em andamento.

O projeto também está lançando um programa de bonificações que irá financiar desenvolvedores com foco em privacidade que usarem Solidity, a linguagem de programação da Ethereum.

A privacidade da Aztec se une à escalabilidade

Aztec não é a única que apresenta vantagens de privacidade ao protocolo, mas também sua capacidade (assim como outros protocolos de segunda camada) de reduzir taxas de gas entre 80 e 90% para transações em sua rede, em comparação àquelas liquidadas diretamente na rede principal da Ethereum.

Embora os recursos de privacidade da Aztec foram elogiados, incluindo do fundador da Ethereum Vitalik Buterin, também podem atrair a atenção de reguladores que, há tempos, expressam preocupações sobre transações anônimas com criptomoedas.

Andrews disse que ele não está preocupado com a regulação, notando que ZPKs também podem servir para atestar que alguém não é um vigarista ou lavador de dinheiro.

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Ele prevê que reguladores preocupados com lavagem de dinheiro provavelmente vão migrar seu foco a fornecedores de carteira em vez de protocolos, como Aztec.

A gigante empresa de investimentos cripto Paradigm liderou a rodada de financiamento mais recente da Aztec enquanto outros investidores incluíram Ethereal Ventures, Vitalk Buterin e ConsenSys.

Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.