O blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, considerado foragido pela Justiça brasileira, disse em seu grupo do Telegram na quinta-feira à noite (28) que está aprendendo a usar bitcoin e indicou que está usando a Wallet of Satoshi para transacionar com a criptomoeda.
O engajamento não foi dos melhores: quase 18 mil pessoas já leram a mensagem de Allan, mas ele recebeu até agora 0.00025547 BTC — apenas R$ 87 na cotação atual.
Com os perfis nas redes sociais bloqueados por ordens judiciais, Allan tem se comunicado por meio de um grupo no Telegram com mais de 120 mil membros. Foi lá que ele compartilhou uma imagem de um QR Code com um logo da Wallet of Satoshi e disse: “”Já ouviu falar em bitcoin? Estou usando e aprendendo”.
Conforme é possível ver no endereço indicado por Allan, houve até o momento 5 vezes transações. Recebeu um total de 0.00025547 BTC (US$ 15,56) e enviou um total de 0.00016277 BTC (US$ 9,92). O valor atual deste endereço é de 0.00009270 BTC (US$ 5,65).
Allan dos Santos é o criador do canal de YouTube Terça Livre, sendo um dos aliados mais próximo do presidente Jair Bolsonaro. O blogueiro é investigado em dois inquéritos do Supremo Tribunal Federal e teve a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes no dia 21 de outubro.
Allan dos Santos investigado
Após começar a ser alvo de inquéritos, Allan foi em julho para os Estados Unidos. Ao determinar a prisão, o STF já pediu aos EUA que extraditem o youtuber.
As investigações contra Allan dos Santos apuram disseminação de mentiras na internet (“fake news”) e financiamento de atos antidemocráticos. Ele nega participação em qualquer um dos casos.
Disputa contra o Google
Além das investigações, Allan dos Santos também enfrenta problemas nas redes sociais. Por ordens da Justiça, teve retirado do ar o perfil no Instagram, seu canal no YouTube foi removido e duas contas de Twitter também foram suspensas.
Mas não é só no Judiciário que Allan tem encontrado opositores. O Google abriu um processo contra o blogueiro por litigância de má-fé.
Conforme reportagem do jornal Folha de S. Paulo, a empresa entrou com a ação após os advogados de Allan terem alegado que o Google descumpriu decisão da Justiça de SP quando tirou do ar o canal do Terça Livre no YouTube.
A empresa afirma que o blogueiro sabia que a determinação de retirada tinha vindo do STF e omitiu isso da opinião pública ao relatar o fato, fazendo parecer que teria sido uma decisão do Google.