Federação brasileira de bancos critica Nubank em debate sobre cobrança de juros

Federação afirma que fintech paga menos impostos e cobra juros mais altos que bancos tradicionais
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Foto: Shutterstock

O atrito entre o universo dos bancos tradicionais e centenários e fintechs da geração z chegou agora a um outro patamar. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) fez no domingo (19) uma publicação em seu perfil de LinkedIn que mais parecia o desabafo de Facebook, com foco em uma pesquisa que citava o Nubank.

A briga começou quando a Zetta publicou em seu Linkedin uma reportagem e um comentário: “A verdade sobre assimetrias: tarifas dos grandes bancos, que reclamam da perda de competitividade, saltam acima da inflação durante a pandemia, enquanto as tarifas das fintechs são mantidas.”

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A publicação trazia uma reportagem do Valor Investe afirmando que serviços como depósitos, saques e transferências subiram entre 9% e 25%, enquanto a inflação acumulada no mesmo período foi de 8,35%, segindo estudo do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).

Zetta é uma associação fundada por Nubank, Google e Mercado Pago que se define como uma  “iniciativa de diversas empresas que pensam e executam o futuro dos serviços financeiros” e que tem como objetivo “garantir um ambiente econômico competitivo que resulte em maior inclusão financeiras, inovação e satisfação dos clientes”.

A Febraban é a Federação Brasileira dos Bancos, que resolveu ir para o debate dando nome e sobrenome. “Zetta, quer falar mesmo a ‘verdade’? ‘Cê não conta’ pra ninguém, mas a gente conta! A Zetta não contou que o Nubank, que tem cara, porte, produtos e até nome de banco, prefere não se dizer banco, mas cobra juros mais altos dos seus clientes do que a média dos cinco ou 10 grandes bancos brasileiros. Olhe bem!”, começa o texto da Federação, cutucando com o tom informal que as fintechs em geral adotam ao tratar o cliente.

Taxas de juros do Nubank

Com pontos de exclamação e reticências, a Febraban ressalta que a página do Banco Central do Brasil informa que, na última semana de agosto, a taxa média do juro do cartão rotativo do Nubank era de 291,67% ao ano, “MAIOR” (em caixa alta mesmo no original) que a média dos 5 grandes bancos, de 271,68%.

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Além disso, afirma que no crédito pessoal não consignado, a taxa média cobrada pelo Nubank foi de 62,86% no final de agosto, enquanto a média dos 10 grandes bancos era de 54,54% ao ano e dos cinco grandes 60,65% ao ano. “Sigamos…”

Impostos pagos

A Febraban continua e afirma que as fintechs “pagam bem menos impostos que os bancos, que pagam 45% sobre lucro, sendo 25% de IR e 20% de CSLL, enquanto que as Fintechs pagam apenas 9% ou, quando muito, 15% de CSLL.”

Empregos e pandemia

Por fim, a Febraban levanta alguns questionamentos: “De ‘verdade’ mesmo? Quanto as fintechs contribuíram para tirar o Brasil da crise nesta pandemia? Quanto deram de crédito? Os bancos deram R$ 5,7 trilhões. Quanto doaram em recursos para a saúde? Os bancos R$2 bilhões.”

A réplica da Zetta ainda não havia sido feito até o fechamento desta reportagem.