Exchange desvia R$ 52 milhões em criptomoedas de clientes para sites de apostas

Em um caso, o Bitcoin de um cliente foi enviado para um site de apostas apenas 14 minutos após ele ter feito o depósito na corretora
Moeda de bitcoin BTC se destaca entre fichas coloridas de cassino

Foto: Shutterstock

A ezBtc, uma extinta plataforma canadense de negociação de criptomoedas, foi considerada culpada de desviar US$ 9,5 milhões (R$ 52,1 milhões) em ativos de clientes para sites de apostas e mentir para sua base de usuários.

A plataforma operou entre 2016 e 2019 e foi administrada e incorporada na Colúmbia Britânica pelo fundador David Smillie. A plataforma parou de operar em setembro de 2019 e a empresa foi dissolvida em 2022.

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A ezBTC permitia que os consumidores comprassem e negociassem várias criptomoedas populares, informando aos clientes que os ativos estavam sendo mantidos em armazenamento frio.

Um painel da Comissão de Valores Mobiliários da Colúmbia Britânica (BCSC) determinou que aproximadamente um terço de todos os ativos cripto que os clientes depositaram na ezBtc ou adquiriram na plataforma entre 2016 e 2019, foram desviados para sites de apostas ou para contas pessoais de Smillie em outras plataformas de negociação de criptomoedas.

O painel observou que “os clientes não conseguiram recuperar todos os seus ativos” e que o “engano levou à perda real”.

Como o desvio acontecia

De acordo com uma firma de análise forense de dados contratada pelo painel, a empresa transferiu 935,46 bitcoins e 159 ethers para as contas de Smillie ou para dois sites de apostas, CloudBet e FortuneJack, enquanto dizia aos clientes que os ativos estavam sendo mantidos em armazenamento frio.

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Essas transferências ocorreram muito rapidamente, segundo a BCSC. Em um caso, o Bitcoin de um cliente foi enviado para um site de apostas apenas 14 minutos após o depósito.

A comissão disse que ainda não decidiu quais sanções impor, o que pode incluir multas ou proibições de participação no mercado.

O fundador da empresa não compareceu à audiência e foi representado por um advogado. No entanto, um executivo da BCSC disse à Canadian Press em maio de 2024 que o caso não está sendo tratado como criminal, então é provável que Smillie não enfrente pena de prisão.

Uma pesquisa de junho de 2023 com 2 mil canadenses, conduzida pela Universidade Metropolitana de Toronto, descobriu que um terço dos proprietários de ativos digitais no Canadá foram vítimas de golpes com criptomoedas.

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Na cidade de Alberta, Calgary, a polícia canadense relatou que o valor perdido em golpes com criptomoedas disparou de 2022 para 2023, de US$ 14 milhões para US$ 22,5 milhões.

*Traduzido com autorização do Decrypt.