O ex-jogador Jucilei, com passagens pelo Corinthians, São Paulo e Seleção, está entre as vítimas da pirâmide financeira Forcount, um dos esquemas de Francisley Valdevino da Silva, o “Sheik das Criptomoedas”. De acordo com uma investigação do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, o prejuízo a Jucilei foi de R$ 45 milhões em valores atualizados, revelou o Fantástico no domingo (15).
Mais conhecido no Brasil pelo golpe da Rental Coins, o Sheik das Criptomoedas, preso atualmente no Brasil, ainda é réu nos EUA. Lá, ele propagou os golpes IcomTech e Forcount, também conhecidos como ‘Weltsys’. Levantamento das autoridades americanas apontam para um esquema na casa dos US$ 50 milhões (cerca de R$ 280 milhões), diz uma publicação do ge desta segunda-feira (16).
Aposentado desde 2022, Jucilei teria sido convencido a realizar investimentos por um falso CEO da Forcount, o ator uruguaio Nestor Nunes, que se identificava nas redes sociais como “Salvador Molina”. Ele apresentava o negócio como “empresa de investimentos de criptomoedas, sistema de pagamentos digital, usado em transações comerciais e para investimentos”, descreve o artigo.
“Era um teatro. Era um verdadeiro teatro, e aí aparecem figuras com essa grande capacidade de convencimento para apresentar o esquema para os potenciais clientes”, disse ao Fantástico Fabiano Emídio, oficial da Polícia Federal do Brasil em Nova York.
Nunes, que vivia há 36 anos em Curitiba, conta o site, chegou a participar de produções cinematográficas em inglês, português e espanhol, antes de ser recrutado pelo Sheik das Criptomoedas, preso atualmente no Brasil, enquanto Nunes, que afirma ter sido iludido pelo brasileiro, está sob custódia das autoridades americanas.
Além da estratégia de uso do ator, a empresa organizava eventos em diferentes partes do mundo, como Las Vegas, Punta Cana, Panamá e Dubai, para captar novos clientes, sempre com a promessa de “lucro garantido” nos investimentos em criptomoedas.
Francisley voltou a ser preso no dia 9 de agosto deste ano durante a Operação Maracutaia, comandada pela Polícia Federal de Curitiba, após descumprir medidas cautelares. Ele havia sido preso pela primeira vez em novembro de 2022, mas ganhou liberdade provisória em julho de 2023, sob a condição de cumprir uma série de medidas.
Segundo falou ao Fantástico o advogado de Francisley, Jackson Bahls, “a remessa nunca esteve com fim lesar o patrimônio de quem quer que seja”. “Em verdade, o que passou durante um período foi uma baixa financeira, uma má administração da empresa”.
Relembre o caso do Sheik das Criptomoedas
Francisley Valdevino da Silva ficou conhecido por ter entre suas vítimas o cantor Wesley Safadão e a filha da Xuxa, Sasha Meneghel, que perdeu R$ 1,2 milhão ao cair no esquema da Rental Coins, caso também destacado pelo Fantástico.
Quando os pagamentos da pirâmide cessaram, o Ministério Público do Paraná começou a investigar a Rental Coins em março de 2022 por conta das reiteradas queixas de clientes por saques travados.
A pirâmide desmoronou em outubro de 2022, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Poyais, acusando o grupo na época de organizar um esquema internacional de lavagem de dinheiro a partir de uma pirâmide financeira que usava criptomoedas como chamariz.
Na realidade, as investigações pela PF haviam começado em janeiro daquele ano, quando autoridades dos Estados Unidos informaram que uma empresa internacional com atuação nos EUA, bem como seu principal gerenciador, um brasileiro residente em Curitiba, estavam sendo investigados em Nova York, por envolvimento em conspiração multimilionária de lavagem de capitais.
Diante do pedido de cooperação policial internacional, iniciou-se investigação em Curitiba por conta das suspeitas da ocorrência de crimes conexos às fraudes praticados nos EUA pelo brasileiro.
Em dezembro de 2022, o Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) formalizou acusações contra Francisley Valdevino da Silva, quando ele recebeu o apelido de Sheik das Criptomoedas por participar nos esquemas de pirâmide com criptomoedas IcomTech e Forcount, também conhecidos como ‘Weltsys’, além da Rental Coins.
No Brasil, o esquema pode ter movimentado R$ 4 bilhões, reiterou na reportagem o delegado Mateus Calabresi, da Polícia Federal do Paraná.
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