Ethereum passa por atualização para tentar diminuir altas taxas de transação; entenda

Próxima alteração está prevista para julho
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O Ethereum passou por um hard fork nesta manhã quinta-feira (15) no qual foram implementadas quatro novas melhorias na blockchain do projeto. As mudanças buscam desafogar a rede do projeto cujas altas taxas de transação vinham prejudicando até mesmo as negociações de ether.

Apelidada de Berlin, a atualização aconteceu no bloco 12.244.000 e colocou para funcionar na rede principal as Propostas de Melhorias do Ethereum (EPI, na sigla em inglês), em teste desde março. 

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As EIPs foram criadas para agilizar alguns processos da rede, e duas delas têm um impacto direto na redução das taxas de gas. Esse tem sido o problema central do Ethereum desde que o ecossistema passou a ser usado pela grande maioria das aplicações descentralizadas e também pelas NFTs.

O congestionamento da rede vem piorando desde agosto de 2020 e atingiu o pico em fevereiro, quando uma transação na rede Ethereum custava em média US$ 38 (R$ 200). Até domingo (11), as taxas estavam no menor nível de cinco semanas. Desde então elas voltaram a subir e hoje estão a um preço médio de US$ 18.

O que fazem as novas EIPs?

Em conversa com o Portal do Bitcoin, a professora e desenvolvedora Solange Gueiros explicou qual será o impacto das quatro novas atualizações que chegam agora ao Ethereum: EIP-2565, EIP-2929, EIP-2930 e EIP-2718.

A primeira delas é a EIP-2565, que vai diminuir o gas cobrado das operações exponenciais. Apesar de diminuir as taxas da rede, essa melhoria pode não ter um impacto direto no bolso do usuário que se limita a transacionar criptomoedas, por exemplo. 

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“Depende muito do que o smart contract está fazendo para ele precisar desse tipo de operação. Se você faz chamadas de funções criptográficas para gerar chaves, aí sim faz diferença. Mas não impacta no dia a dia do usuário comum”, explica a programadora.

Na sua visão, a mais promissora entre as atualizações é a EIP-2718 que introduz na rede Ethereum um novo tipo de transação “envelope”, que permite que as pessoas combinem suas transações. 

“Isso vai tornar as transações mais barata e facilitar a entrada de novos usuários na rede”. Segundo Gueiros, essa atualização permite que uma entidade patrocinadora, como uma exchange, possa combinar diversas transações e custodiar as taxas de gas para o usuário.

Por outro lado, a EIP-2929 faz o contrário e aumenta as taxas de gas como uma forma de acelerar o processamento e limitar ataques de negação de serviço (DoS).

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Na prática, as funções mais complexas se tornam mais caras. “É um equilíbrio em relação ao processamento, eles aumentam o custo das operações que exigem mais poder computacional para melhorar a escalabilidade da rede”.

Para mitigar esse aumento de gas, os desenvolvedores criaram a EIP-2930. Essa nova atualização permite que os projetos pré-estabeleçam uma lista das funções que serão usadas durante uma transação. 

“Caso um smart contract use uma função impactada pela EIP-2929, essa outra atualização deixa que ele adicione a função em uma lista para que ela não seja chamada diretamente da rede principal”, dessa forma, o projeto fica imune de pagar as novas taxas.

Hard fork de julho terá mais impacto nas taxas

De acordo com a Solange Gueiros, apesar da atualização de hoje resolver problemas de infraestrutura da rede, as taxas do Ethereum podem voltar a subir acima de US$ 38 à medida que o congestionamento da rede continua forte.

O que de fato reduzirá as taxas será o hard fork Londres, previsto para julho, que coloca para funcionar na rede principal o EIP-1559. Esse é o projeto mais polêmico do Ethereum porque determina que as taxas das transações sejam queimadas ao invés de ser direcionada aos mineradores.

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“Dessa forma não vai mais fazer sentido para os mineradores aumentarem as taxas, já que elas não ficarão para eles. Depois da atualização, os mineradores ganharão apenas o ether gerado no bloco minerado”, explica Gueiros.

O que é Ethereum? - Portal do Bitcoin