A tecnologia Blockchain é ainda algo desconhecido por grande parte das empresas em São Paulo. Isso foi o que concluiu a pesquisa “Blockchain: Rumos da Indústria Paulista”, feita pela FIESP (Federação das Empresas do Estado de São Paulo).
Entre as 427 empresas que participaram da pesquisa, apenas 1,9% afirmaram ter “amplo conhecimento sobre o Blockchain”. A percentagem é ínfima se comparada aos 64,4% que assumiram ser a “primeira vez” que ouviam falar disso. Nesse meio termo, existem os 33,7% que se dizem conhecer pouco sobre Blockchain.
A pesquisa mostrou que as maiores empresas são as que mais conhecem sobre Blockchain, enquanto que as pequenas são campeãs no déficit de dominar o tema sobre essa inovação tecnológica.
Apenas 0,7% das pequenas empresas declararam ter “amplo conhecimento”, contra os 68% que nada sabem sobre o assunto. As que afirmaram conhecer alguma coisa totalizam os 31,1%.
As médias empresas se dividem da seguinte maneira: 58,3%nada sabe sobre a chamada inovação disruptiva; 38,9% se diz ter “pouco conhecimento”; e tão somente 2,9% afirma dominar o assunto.
O nível de desconhecimento entre médias e grandes empresas não se difere muito. O estudo demonstrou que os 51,4% das maiores empresas sabem coisa alguma a respeito de Blockchain.
Por outro lado há um verdadeiro abismo entre aquelas que se dizem saber muito sobre essa tecnologia disruptiva. 8,6% dessas grandes empresas se diz detentora de amplo domínio desse tema, contra os menos de 3% das médias empresas.
Esse estudo apontou que a maioria dessas empresas, 72,4% delas, se mostra interessada por saber sobre essa inovação, a qual ainda parece coisa de ficção científica.
Apenas 14,8% diz não ter interesse. Dentre elas, os ínfimos 1,2% que afirmou saber bastante e não precisar de mais informações.
José Ricardo Roriz, presidente da Fiesp, diz que é “essencial e estratégico o olhar para a tecnologia Blockchain” tendo em vista “o desenvolvimento constante da indústria 4.0”.
“O uso do Blockchain representa um potencial revolucionário para otimizar e tornar mais seguros os processos dentro da indústria, suas relações com fornecedores e a sociedade”, afirma.
Interesse pelo Blockchain
A questão que chama a atenção é que dentre as empresas que se dizem conhecer ao menos um pouco sobre o tema há uma divisão paritária sobre a importância dessa tecnologia na aplicação dos seus negócios. São 41,5% que acham importante contra os 42,1% que não vem tanta pertinência na sua aplicação.
Essas cifras são reflexo da falta de compreensão sobre o que o Blockchain pode fazer pela empresa. 53,9% das empresas tem essa dúvida e isso faz com elas deixem de aplicar a tecnologia aos seus negócios.
Com isso 30,9% das empresas alegou outras prioridades no momento. O investimento não foi algo sequer estipulado por uma parte considerável das empresas que ainda reclamam da falta de mão de obra qualificada na tecnologia.
A falta de confiança no Blockchain é o fator mínimo para não haja a sua implementação. Apenas 6,6% das empresas disseram ser esse o principal desafio a ser vencido.
O fato é que somente 0,7% das empresas está implementando o Blockchain. O estudo mostra que 49,3%, apesar de não aplicar essa inovação nas suas empresas, tem interesse em saber mais sobre essa possibilidade. Mas nenhuma delas afirmou planejar isso nos próximos doze meses.
Dentre as principais áreas para aplicação do Blockchain pelas empresas estão a comercial, administrativa e vendas.
A melhor integridade e visibilidade das transações são fatores menos importantes na visão das empresas, as quais afirmam que os principais benefícios da Blockchain seriam a automatização de processos entre parceiros e proteção de dados.
O estudo foi conduzido entre os dias 04 e 15 de junho. Foram enviados e-mails a 7.161 empresas da Indústria de Transformação localizadas no Estado de São Paulo com questionário que estava disponível na internet. Entretanto, menos de 10% das empresas participaram da pesquisa.
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