Os fabricantes de equipamentos de mineração de bitcoin estão sofrendo com uma escassez global de chips, principalmente os produtores da China, onde se concentra a maior parte do mercado. Segundo a Reuters, isso acelera a consolidação do setor e proporciona aos mais afortunados um lucro maior com a alta do bitcoin, ou seja, elimina o pequeno minerador.
“O custo para minerar criptomoedas está eliminando os menores players”, disse ao jornal o fundador da Atlas Mining, Raymond Yuan, cuja empresa já investiu US$ 500 milhões na atividade.
A escassez do produto no mercado foi explicada em poucas palavras por Alex Ao, vice-presidente da fornecedora de chips Innosilicon: “Não há chips suficientes para suportar a produção de plataformas de mineração”, disse.
Como exemplos, ele citou a Taiwan Semiconductor Manufacturing e a Samsung Electronics, principais produtoras de chips especialmente projetados para a mineração de criptomoedas.
Segundo ele, essas empresas priorizam o principal setor, que é o de eletrônicos de consumo. Neste caso, disse, “a demanda de chips é vista como mais estável”.
Gordon Chen, cofundador e gerente de ativos da mineradora de criptomoedas GMR, foi categórico ao explicar a escassez de chips.
“A demanda por mineradoras cresceu com o aumento dos preços do bitcoin; Quando o preço do ouro sobe, você precisa de mais pás. Quando o preço do leite sobe, você quer mais vacas”, disse Chen, de acordo com a agência.
Vale lembrar que a Bitmain, um dos maiores fabricantes de máquinas de mineração de bitcoin, eliminou seu estoque antes mesmo do fim do ano passado. E para este ano, sua produção já está praticamente comprometida devido a vendas antecipadas.
Logo, uma das saídas para o setor é o comércio de máquinas usadas, que também tiveram seus aumentos, mas mesmo assim há players que não se importam com isso.
Lei Tong, diretor da Babel Finance, empresa que faz empréstimos para o setor, disse que quase todas as grandes mineradoras estão vasculhando o mercado em busca de máquinas usadas.
Contudo, afirmou a Reuters, a escassez de chips é global e não afeta somente o setor de mineração, mas outros, como o automotivo e os de fabricação de celulares.