Empréstimo de USDT da Tether é lastreado em bitcoin e ether, afirma CEO da Celsius

Executivo de uma credora contesta o lastro da USDT e suspeitas vão crescendo ao redor da Tether

Nesta terça-feira (19), Alex Mashinsky, CEO da plataforma de empréstimos cripto Celsius, afirmou que a gigante emissora de stablecoins Tether (USDT) agora está emitindo sua criptomoeda lastreada no dólar americano em troca de criptomoedas como bitcoin (BTC) e ether (ETH).

Isso afronta o que se dizia sobre stablecoins: sempre foi dito que elas são atreladas a moedas fiduciárias e que são lastreadas em reservas em dinheiro físico e ativos parecidos.

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Em entrevista ao Financial Times, Mashinsky disse que “se você oferecer garantias, garantias líquidas, bitcoin, ether etc. o suficiente, irão emitir tether em troca”, antes de complementar que os tethers emitidos nesses casos são destruídos quando o empréstimo é finalizado para que o número de moedas em circulação não aumente.

O que a empresa está fazendo alegadamente entra em conflito direto com os termos legais da empresa. A terceira seção dos próprios termos da Tether afirma: “a Tether não irá emitir Tokens Tether que consistem dos Tokens Digitais (por exemplo, o bitcoin); apenas dinheiro será aceito antes da emissão”.

Mais controvérsia em relação ao USDT

Não é a primeira vez que a adesão da Tether ao princípio de emissão párea (1:1) de suas stablecoins é questionada.

Este ano, a Tether recebeu uma multa de US$ 41 milhões pela Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês), um órgão independente de supervisão do governo americano que regula o mercado de derivativos.

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A CFTC afirmou que as stablecoins da empresa não tinham paridade de 1:1 com reservas em dólar durante grande parte do período entre 1º de junho de 2016 e 25 de fevereiro de 2019. A Comissão também disse que a Tether não compartilhou o fato de que havia incluído diversos ativos não fiduciários em suas reservas e falhou em realizar auditorias profissionais para demonstrar a fidelidade de suas reservas à quantidade de USDTs em circulação.

A CFTC também alegou que, durante um período de 26 meses (de 2016 a 2018), as reservas da empresa só eram suficientes em pouco mais de ¼ do tempo. A emissora de stablecoins também usou “entidades não regulamentadas” para o armazenamento de fundos.

Recentemente, a empresa prometeu que iria publicar suas tão aguardadas auditorias “daqui a alguns meses” após Paxos, outra emissora de stablecoins, ter dito que “nem USDC nem Tether são ativos digitais regulados pelo simples motivo de que nenhum token possui um regulador. Na verdade, os tokens USDC e Tether não tem nada de ‘stablecoin’ além do nome”.

Em agosto, a empresa citou uma auditoria feita pela Moore Cayman a fim de assegurar ao público de que sua stablecoin era realmente lastreada. Apesar de o valor do lastro da Tether ser equivalente ao número de tokens em circulação, apenas 10% desse lastro estava armazenado em dinheiro físico e depósitos bancários.

*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização da Decrypt.co.