Empresa que faz custódia para Nubank e PicPay congela US$ 19 milhões vinculados à FTX

A empresa diz que a ação, que visava fundos drenados da FTX no fim da sexta-feira, veio sob direção das autoridades policiais dos EUA.
Dedo indicador apoia bolo de dinheiro em forma digital

Foto: Shutterstock

A emissora de criptomoedas Paxos congelou mais de US$ 19 milhões em criptoativos vinculados à falida exchange FTX, por orientação da aplicação da lei norte-americana, de acordo com um anúncio da empresa no sábado.  

Os fundos, 11.184 tokens da PAXG — a stablecoin nativa da Paxos, que é lastreada por barras de ouro físicas — valiam pouco mais de US$ 19 milhões no momento da ação no fim de semana. 

Publicidade

Depois do governo das Bahamas congelar todos os ativos associados à FTX, com sede no país, na quinta-feira, a empresa declarou falência na sexta-feira. Então, na noite de sexta-feira, centenas de milhões de dólares foram misteriosamente drenados de carteiras pertencentes à FTX.

Ainda não está claro se as transferências foram o resultado de um hack ou se foram iniciadas por um funcionário da FTX em uma provocação ao processo de falência, embora o Conselheiro Geral da FTX, Ryne Miller, tenha se referido às transferências como “não autorizadas.”

No sábado, autoridades federais ordenaram que a Paxos congelasse a PAXG, associada a quatro dos endereços de carteira envolvidos nos eventos da noite de sexta-feira. A Paxos afirma que cumpriu a ordem imediatamente. 

“Como sempre, a Paxos continuará a trabalhar em estreita colaboração com a aplicação da lei e os reguladores”, disse o conselheiro geral global da empresa, Ben Gray, em um comunicado. “Os agradecimentos vão para a Polícia Federal por sua extraordinária capacidade de resposta a este assunto.”

Publicidade

Dias antes, na quarta-feira, quando a probabilidade do impressionante colapso da FTX se tornou evidente, a Paxos twittou que “a FTX e a Alameda quebraram a confiança nos criptoativos e na blockchain.”

“Esses eventos são o resultado de atividades irresponsáveis e falta de práticas de gestão que lembram crises financeiras passadas”, escreveu a empresa. “O caminho para a adoção cripto é através de supervisão e regulamentação adequadas. Não há atalhos e a história é clara.” 

Nos dias seguintes à implosão da FTX, os legisladores emitiram exigências severas para um aumento na regulamentação do setor de criptoativos, após anos de ações esporádicas de aplicação da Securities and Exchange Commission (SEC) e da Commodities Futures Trading Commission (CFTC) que não conseguiram estabelecer padrões para todo o setor. 

A SEC, a CFTC e o Departamento de Justiça estão todos investigando como se deu a gestão dos fundos dos clientes pela FTX, além de possíveis fraudes. Órgãos Reguladores na Califórnia também estão conduzindo uma investigação própria do caso FTX, que até a semana passada se apresentava como a exchange mais confiável, transparente e amigável à regulamentação de criptoativos.

Publicidade

No Brasil, a Paxos é quem faz a custódia diversas empresas que adotaram as criptomoedas como Nubank, Picpay e Mercado Pago.

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.