A Hermès, marca francesa de bolsas de grife, está acusando um criador de NFTs ‘Mason Rothschild’ de ter roubado seus designs da coleção de bolsas Birkin e ter lucrado com isso. Por outro lado, ‘Rothschild’ alega que um falsificador de seus tokens lucrou em cima da sua criação. As informações são do Financial Times (FT) em publicação na sexta-feira (10).
Segundo o site, a Hermès, cujas bolsas Birkin físicas originais variam de US$ 9.000 a US$ 500.000, disse que o artista de NFT infringiu a marca registrada da empresa ao usar seus designs, pois não autorizou nem consentiu a comercialização ou criação por Rothschild de versão digital de suas bolsas Birkin no metaverso.
“Esses NFTs infringem os direitos de propriedade intelectual e marca registrada da Hermès e são um exemplo de produtos falsificados da Hermès no metaverso”, disse a empresa de acordo com o site. A Hermès acrescentou ainda que não entrou no mercado de NFTs porque valoriza a expressão tangível de objetos físicos feitos à mão.
Criador dos NFTs também alega roubo
De acordo com o FT, Mason Rothschild também está alegando que sofreu um golpe ao notar que suas obras foram copiadas e vendidas no metaverso.
Originalmente, os NFTs das Birkin criados por ele foram negociados por 200 ethereum (cerca de US$ 790 mil) na sexta-feira. No entanto, ele estima que os golpistas lucraram US$ 35 mil com a venda de cópias de sua criação, que ele batizou de ‘MetaBirkins’.
No início do mês, uma conta ligada ao apelo de Rothschild no Twitter compartilhou o que seria sua primeira versão NFT das Birkin. A Birkin é um dos modelos mais conhecidos da Hermès.
Propriedade Intelectual pertence à empresa
Para o especialista em propriedade intelectual do escritório de advocacia Brabners Colin Bell, “A valiosa IP (sigla em inglês para Propriedade Intelectual) é o trabalho original, que você diria que é a bolsa Hermès”. Em teoria, disse ele, a MetaBirkins está tirando o fluxo de receita da Hermès se um dia ela quiser comercializar suas bolsas como NFTs.
Kostyantyn Lobov, sócio do escritório de advocacia Harbottle & Lewis, com sede em Londres, Reino Unido, disse ao FT que disputas como essa são um reflexo da natureza do ‘oeste selvagem’ das coleções de NFT no momento. Ele acrescentou:
“À medida que as marcas se tornam mais conscientes de que seus direitos são usados sem consentimento (e às vezes significativas quantias de dinheiro mudando de mãos no processo), é provável que vejamos mais reclamações desse tipo no futuro próximo”.