Eleições 2020: Quem são os candidatos que têm criptomoedas e qual o valor declarado

Levantamento feito pelo Portal do Bitcoin aponta que 53 políticos somam R$ 2.692.832,77
miniatura de homem sob pulpito e moeda gigante de bitcoin ao lado

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Candidatos a prefeito, vice e vereador de 51 cidades do país declararam ter bitcoin e outras criptomoedas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O levantamento feito pelo Portal do Bitcoin aponta que 53 políticos somam R$ 2.692.832,77 nos ativos. O maior valor individual chega a R$ 300 mil.

A maior parte é de postulantes ao cargo para Câmaras Municipais. O Estado de São Paulo é o que concentra a maior parte dos declarantes: 15.

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Já a divisão de partidos é maior. O PSDB tem cinco candidatos que investem em bitcoin, seguido pelo NOVO, com quatro. Não há candidatos do PCO, PSTU, PSC, PCB, DC, PMN, PMB, PC do B, SOLIDARIEDADE e UP com informações do tipo ao TSE. Os valores computados pelos políticos em geral está defasado.

Poucos declararam qual criptomoeda possuem ou a quantidade que detém. No caso de Roberto da Silva Sales, candidato a prefeito de São Gonçalo (RJ) pelo PSD, são 5,33267 bitcoins declarados pelos indicou valerem R$ 190.349,79 — bem abaixo do atual valor de mercado.

Sem descrever qual é a criptomoeda comprada, o candidato à reeleição para vereador em São Paulo Daniel Annenberg, do PSDB, tem R$ 300 mil.

Ângelo Dante Lourenção, do PSDB de Itupeva (SP), que concorre ao cargo de vereador, declarou ter 3,6045 bitcoins, que diz ser um total de R$ 52.500,00. O número é menor do que a moeda vale hoje (cerca de R$ 62 mil a unidade), porém o candidato pode estar se referindo ao valor pelo qual o ativo foi comprado.

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O TSE não tem uma orientação precisa sobre como um bem (veículo, imóvel, aplicações financeiras) deve ser descrito.

O candidato a vereador Felipe Esposito Cordeiro, do PDT de Santa Cruz do Sul (SP) informou ao TSE ter 0,00704154 BTC (R$ 385) e 0,3712339 BCH (R$ 44). Já Frederico Procópio Mendes, que luta por uma vaga na Câmara de Petrópolis (RJ), declarou R$ 616,04 em Ripple.

Luciene Kazumi Ueti, que quer ser vereadora em Jacareí (SP) pelo PSDB, acumula R$ 1 mil em WIBX.

O candidato que tem menos bitcoin é Pedro Jácome de Freitas, que concorre ao cargo do legislativo de Recife (PE), com apenas R$ 0,55.

Dados por cargo

O candidato a prefeito com mais criptomoedas na carteira é Bayard Freitas Umbuzeiro Filho, que concorre em Santos (SP) pelo PTB. O empresário tem o equivalente a R$ 209.189,73.

Apenas dois candidatos a vice-prefeito tem investimentos na categoria. Marlos Pereira Batista, do PSOL de Santa Maria da Vitória (BA), tem R$ 3.200 declarados. Felipe Augusto Klaus, candidato pelo PSB em Lajeado (RS), tem R$ 21.000, conforme dados públicos disponibilizados pelo TSE.

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Os vereadores concentram a maior parte dos políticos que detém criptomoedas, embora nem sempre as informações sejam claras.

Benedito Inácio Bueno Rosa, do Podemos de São Carlos (SP), fez ao menos 19 compras separadas de bitcoin entre 12 de setembro e 10 de dezembro do ano passado, totalizando R$ 55.382,90.

A única exceção nas consultas que a reportagem realizou é de Neirlene dos Santos Silva Reimann, do Cidadania de Porto Velho (RO), que contabilizou as criptomoedas junto a conta corrente, poupança e aplicação sem detalhar os valores separadamente. Tudo somado, ela tem R$ 548.557.

Moedas estranhas

Um caso chama a atenção. O candidato a vereador em Vinhedo (SP), Luis Gustavo Sauerbronn, do Podemos, declarou ter 141,618600090 criptomoedas TEEP/TPK, com valor de R$ 820 que dificilmente será visto novamente.

Isso porque o Portal do Bitcoin mostrou que a moeda criada pela Genbit se transformou em dor de cabeça aos funcionários e clientes, já que a TPK não tem valor algum de mercado — e a anunciada chegada às lojas nunca aconteceu. A empresa está sendo investigada pelo Ministério Público de São Paulo.

Uma scam coin é quando uma empresa cria uma pirâmide de criptomoedas, prometendo rendimentos maiores que as médias de mercado. Quando a pirâmide “desmorona”, a dívida com os clientes é transformada em uma criptomoeda sem valor que não é aceita em lugar nenhum.

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Gilson Schuck, do PT de Guaraciaba (SC), que concorre à vaga de vereador, afirma ter R$ 269,97 em bitcoins na corretora BitcoinTrade.

Finalmente, Evandro Gonçalves Pontes, do MDB de Adrianópolis (PR) tem 15 unidades de BTC parados em uma ação judicial em Curitiba (PR).