Depois de quatro meses com os saques travados, Claudio Oliveira, o dono do Grupo Bitcoin Banco (GBB), admitiu pela primeira vez que há uma crise de liquidez na empresa. As informações são do jornal Valor Econômico, que conversou pessoalmente com o empresário.
Questionado sobre o que vem ocorrendo no grupo, Claudio Oliveira disse que a normalização das atividades deve acontecer dentro de seis meses. No entanto, ele afirmou que dos 150 mil clientes cadastrados nas plataformas Negociecoins e Tem BTC, apenas 260 têm problemas.
Ele disse que muitos que fazem “agito” já receberam, mas não concordaram com os valores.
“Eu já paguei quase R$ 200 milhões [entre reais e bitcoins], mas quem recebe não fica falando que está tudo certo”, disse ele à repórter Graziella Valenti.
Suposta fraude no Bitcoin Banco
O empresário, tratado na reportagem de ‘ex-rei do bitcoin’, apesar de ter revelado a falta de liquidez, não deu maiores detalhes de como o negócio desandou e nem o que fará para restabelecer os fundos.
Afirmou ter patrimônio na Europa, mas que perdeu parte em movimentações que fez dentro do grupo.
Em outro ponto, Oliveira diz que quer pagar todo mundo, mas que tudo o que ele faz — ações para criar liquidez — tem dado errado por arrestos determinados pela Justiça.
Em maio deste ano o GBB afirmou que houve uma fraude e a perda teria sido de R$ 50 milhões — 30 pessoas teriam se beneficiado de um bug na plataforma, realizando saques duplos em reais. Na época, eles enviaram 2500 CPFs para a polícia.
Sobre o roubo, Oliveira disse que sabe quem são as pessoas, mas ele prefere aguardar um laudo, mantido sob sigilo, e que está sendo feito pela empresa de auditoria Ernest & Young.
“Eu sei quem são, com base na minha própria investigação interna”, disse.
Bitcoin Banco na TV, CVM e Receita
A aparição em TV, ao lado de Amaury Jr. e outros famosos foi a única coisa que Oliveira disse se arrepender. Segundo a reportagem, ele falou que antes daquela exposição ninguém sabia quem ele era.
Durante a semana também veio à tona duas informações relevantes no caso Bitcoin Banco. A primeira foi a proibição pela CVM de o grupo ofertar investimentos publicamente.
A outra, foi que Cláudio Oliveira declarou à Receita Federal que possuía no ano passado 25 mil bitcoins. Uma imagem do documento foi publicada pelo site Cointelegraph. No entanto, na reportagem do Valor, o empresário admitiu que declarou ter 5 mil bitcoins.
O GBB desaprovou o vazamento e, por meio de uma nota, disse que o ato havia sido um crime e que seria necessário esclarecer que os dados da pessoa física se distinguem totalmente de qualquer pessoa jurídica integrante do grupo.