Com o crescimento da desconfiança sobre a saúde financeira da Braiscompany, empresa que está atrasando pagamentos do serviço de “locação de criptoativos” desde dezembro, o dono da companhia, Antônio Neto Ais, resolveu fazer uma live para rebater as críticas e tentar tranquilizar os investidores.
Antes de falar sobre os pagamentos atrasados, ele abriu a transmissão assistida por cerca de cinco mil pessoas na noite de sexta-feira (13), dizendo que está sendo ameaçado e tendo sua privacidade invadida, principalmente pelos clientes de Campina Grande, na Paraíba, onde fica a principal sede da empresa:
“Tenho muito orgulho de ser nordestino, mas lamento muito a mentalidade que temos ainda. Vizinhos do meu condomínio mandando foto da minha casa, dos meus carros, da hora que estou saindo e entrando. Isso infelizmente é coisa do Nordeste. Eu moro em São Paulo e isso nunca aconteceu lá comigo, mas aqui na Paraíba é assim. Somos uma terra de muro baixo onde todo mundo quer saber da vida do outro.”
Ele continuou atacando os críticos da empresa e chamando aqueles que questionam sobre os pagamentos atrasados de “gente do mal”.
“Estar instigando a destruição de um negócio que coloca milhares de reais no bolso de milhares de pessoas, aí meu amigo, você só pode ter pacto com Satanás, só pode ser uma pessoa do mal. Esse é o pior tipo da espécie humana: o fracassado. Esse é um miserável. Se pudesse Deus abrir um buraco que engolisse essa desgraça desse cidadão”, disse Ais.
“A garantia sou eu”
O empresário então admite ser a única garantia que os clientes possuem e que, caso suma, a Braiscompany acaba.
“As pessoas olhavam pra mim e me perguntavam ‘qual é minha garantia de ser cliente Brais?’, e eu dizia, ‘a garantia sou eu’. Olha no meu olho e vê se eu tenho dúvida do que eu to construindo. E a pessoa perguntava, ‘e se você fugir e desaparecer?’, aí acabou o negócio”, diz Ais.
Ele, no entanto, garante que isso não vai acontecer, principalmente porque os primeiros clientes da Braiscompany fariam parte de sua própria família. “Eu, Antonio Neto, o “Toinho” para alguns paraibanos, não vou parar diante das críticas. 2020 sofremos a maior perseguição na história da nossa empresa, essa agora que estamos passando não chega nem perto”, avalia.
Ele revelou pela primeira vez que a empresa sofreu diversos ataques hackers ao longo do ano, mas que os atrasos que estão acontecendo se deve a “implementações sistêmicas e tecnológicas”. Mais uma vez, ele voltou a culpar a Binance pelos atrasos, afirmando que clientes começaram a ser “convidados” pela corretora a enviar seus históricos de rendimento.
Ele garantiu que, nesta segunda-feira (16), vai fazer uma live oficial para dar mais detalhes sobre a situação e apresentar documentos sobre o caso, com ajuda de advogados. Um deles é Orlando Penha, ex-presidente do Clube Serviços aos Advogados da OAB de Campina Grande (PB), que agora lidera a equipe jurídica da Braiscompany.
Ele também prometeu que em fevereiro, todos os clientes terão acesso ao novo aplicativo da Braiscompany, algo vendido por ele como um “acelerador de resultados e acompanhamento”.
Para finalizar, ele atacou os advogados que organizam associações contra a empresa, os chamando de “mercenários”, e disse que quem quiser processá-lo, que siga em frente. “Se você não acredita em mim, pega seu dinheiro, coloca na poupança e seja feliz”, finalizou.
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