Dogecoin vai cair e pode derrubar o mercado, dizem especialistas brasileiros

Implosão da criptomoeda meme pode ter consequências no preço do Bitcoin
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foto: Shutterstock

A Dogecoin (Doge) disparou nas últimas 24 horas e renovou sua máxima histórica na quarta-feira (05), deixando investidores felizes da vida — e muitos outros preocupados. A valorização surreal — que já soma 12.000% desde o início do ano — pode estar perto do fim.

Daniel Duarte, trader e autor do livro ‘BITCOINOMICS: Uma História de Rebeldia’, acredita que no curto prazo a moeda até pode valorizar, mas no longo prazo o preço não se sustentará, pois a Doge não tem fundamento e só se mantém por causa da propaganda.

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“Acho que a criptomoeda vai chegar perto de um dólar, principalmente por causa do hype do CEO da Tesla, Elon Musk, e da aparição no programa Saturday Night Live, mas quando o preço chegar a esse patamar o ‘balão’ vai estourar”, falou.

De acordo com o Duarte, essa possível queda do ativo digital meme o deixa preocupado, pois vai afetar o mercado inteiro.

“Não tem como isso terminar bem. O que está acontecendo com a Doge é o mesmo que ocorreu com o XRP, da Ripple, no bull run de 2017. O pessoal estava comprando XRP naquela época porque era mais barato, assim como a Doge é hoje. Mas o mercado começou a desabar naquele ano justamente quando o XRP bateu um dólar”, disse.

Duarte não vê com bons olhos o interesse pela criptomoeda, que surgiu como uma bricadeira: “Quando moedas memes ou sem fundamento disparam, vejo uma mistura de ganância com burrice e um radar de que o mercado está ficando cheio de idiotas”.

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Olhar incrédulo sobre a Doge

A Doge é o carro-chefe da Dogecoin Brasil — site P2P de compra e venda de criptomoeda – há cinco anos, segundo o proprietário Giuliano Scorza.

Mas nem o empresário, que achava que a moeda nunca chegaria a tanto, acredita que o preço deve se manter.

“Ainda mantenho um olhar incrédulo, pois para o mercado dar algo para alguém, outro vários estão perdendo. A alta está 100% na base do especulativo e a moeda não tem, tecnologicamente , porque se sustentar com essa capitalização”, afirmou.

“Uma hora quem está ganhando quer o mesmo que todos, dinheiro no bolso, e é nesse momento que vamos ver essa capitalização acabar”, disse.

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Aposta na queda

O CEO da corretora Nox, João Paulo Oliveira, também não acredita na manutenção do preço. Isso porque, falou em um vídeo, esse movimento tem sido sustentado por um ‘pump’ dos detentores da moeda.

Em um vídeo publicado nesta quarta-feira no YouTube, ele comentou que entrou em short (vendido) na criptomoeda.

“O primeiro motivo (para a aposta) é que é uma forma de eu me proteger. Se o Bitcoin e o mercado caírem e colapsar, a Dogecoin vai cair muito mais”, disse.

“Outro motivo é que para eu entrar em short eu ganho taxa de juros, chamada funding fee. É uma das taxas mais importantes”, completou.

Empurrão de famosos

Parte da valorização da Dogecoin tem sido creditada ao apoio dado à moeda por seu principal garoto-propaganda, o CEO da Tesla.

Na semana passada, Musk fez o preço da Doge subir 16% após dizer que a moeda vai aparecer no programa de comédia Saturday Night Live deste sábado (8).

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Outras celebridades, como Gene Simmons, vocalista, baixista e fundador da banda Kiss, e o bilionário Mark Cuban, proprietário do time de basquete da NBA, também têm dado um empurrão no preço da moeda.

Apesar do hype, Matias Bari, CEO e Cofundador da SatoshiTango, acha que a fama da moeda é uma prova de que o mercado está cada vez mais em função do que as pessoas decidem:

“Marca uma tendência de que cada vez mais pessoas decidem apostar em criptomoedas e novas tecnologias ao invés das finanças tradicionais”.