Dinheiro da FTX foi “roubado” dos clientes, acusa chefe da Coinbase

Brian Armstrong diz que apenas a “pessoa mais ingênua” acreditaria que rombo de US$ 8 bilhões aconteceu devido a uma contabilidade negligente
CEO da corretora de criptomoedas Coinbase, Brian Armstrong, participa de palestra

(Reprodução)

O presidente-executivo da Coinbase, Brian Armstrong, condenou durante o final de semana o relato do criador da falida corretora de criptomoedas FTX, Sam Bankman-Fried, sobre como a exchange se viu diante de um rombo de US$8 bilhões em dinheiro de clientes.

Armstrong disse que não há como bilhões de dólares simplesmente passarem despercebidos pelo fundador e ex-CEO da FTX, que se formou no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) em Física.

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“Eu não me importo com o quão confusa sua contabilidade é … você definitivamente vai notar se encontrar um extra de US$8 bilhões para gastar”, ele afirmou no Twitter. “Mesmo a pessoa mais ingênua não deve acreditar na afirmação de Sam de que isso foi um erro contábil.”

I don’t care how messy your accounting is (or how rich you are) – you’re definitely going to notice if you find an extra $8B to spend.

Even the most gullible person should not believe Sam’s claim that this was an accounting error.

— Brian Armstrong (@brian_armstrong) December 3, 2022

O CEO da Coinbase declarou como acreditava que a incompatibilidade no balanço da FTX foi criada. “É o dinheiro de clientes, roubado e usado em seu fundo de hedge, simples assim”, escreveu Armstrong.

It’s stolen customer money used in his hedge fund, plain and simple.

— Brian Armstrong (@brian_armstrong) December 3, 2022

Após o colapso da FTX, foi alegado que o valor bilionário de fundos de clientes foram secretamente transferidos para a Alameda Research, uma hedge co-fundada por Bankman-Fried, de acordo com relatórios da Reuters.

Mas Bankman-Fried, também conhecido como “SBF”, afirmou que não “misturou conscientemente os fundos” entre a FTX e a Alameda. Ele atribuiu o rombo de US$ 8 bilhões à uma contabilidade negligente em uma entrevista recente com a Bloomberg

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Ele explicou que os fundos dos usuários da FTX que depositavam dinheiro em suas contas estavam sendo enviados para a Alameda porque alguns bancos estavam mais dispostos a trabalhar com um fundo de hedge do que com uma exchange cripto. Isso fez com que alguns ativos fossem contabilizados duas vezes, à medida que as contas dos usuários eram creditadas, afirma ele.

Desde então, a FTX foi descrita como uma empresa com controles corporativos defeituosos por John Jay Ray III, que supervisiona a falência da exchange como seu novo CEO.

O proeminente advogado, talvez mais conhecido por lidar com o colapso da Enron, descreveu a situação da FTX como “sem precedentes”, e documentos judiciais revelaram que a exchange não tinha um departamento de contabilidade.

Anúncio de oportunidade

A Coinbase aproveitou o colapso da FTX para se apresentar como um nome confiável em cripto, já que a crise do Império de SBF lança uma sombra sobre toda a indústria e seu potencial futuro. 

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Menos de uma semana depois que a FTX entrou com pedido de recuperação judicial, a Coinbase publicou um anúncio de página inteira no Wall Street Journal, intitulado “Confie em Nós.” Milhões de pessoas depositaram recentemente a sua confiança e dinheiro em outras pessoas que não o mereciam.

pic.twitter.com/lGeW0SwBpM

— Coinbase (@coinbase) November 17, 2022

No entanto, o rápido fechamento da FTX acabou com a fé dos investidores nos criptoativos, tanto com relação ao preço dos ativos digitais em si, quanto das ações ligadas à indústria. Após o pedido de recuperação judicial da FTX em 11 de novembro, o preço das ações da Coinbase caiu 17%, de US$ 57,46 para US$ 47,67.

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.

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