Imagem da matéria: Diem está morta, mas o Facebook ainda não desistiu das criptomoedas
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O Facebook anunciou seu grande plano cripto no dia 18 de junho de 2019: uma “moeda global sem fronteiras” nomeada Libra, lastreada por uma “série de ativos de baixa volatilidade como depósitos bancários e ações de governos, emitidos em moedas de estáveis de bancos centrais respeitados”. Em outras palavras: uma stablecoin. No mesmo dia o Facebook anunciou uma wallet chamada Calibra para guardar a moeda.

Dois anos e sete meses depois, o Facebook se chama Meta, Libra se chama Diem e Diem está vendendo todos os seus ativos (não está claro quais são os ativos.)

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É um fim vergonhoso para um projeto que todos em cripto sabiam que estava condenado desde o início. O único produto cripto que o Facebook realmente criou foi a carteira Novi (anteriormente Calibra), mas ela só pode armazenar a stablecoin USDP Paxos, já que o Diem nunca foi lançado.

Então, o que o Facebook fez de errado?

Para começar, sua stablecoin nunca foi realmente descentralizada, apesar do Facebook insistir que a Libra era supervisionado pela Libra Association, um consórcio de membros com sede na Suíça.

Quatro meses depois de anunciar, a Libra Association perdeu oito membros fundadores, incluindo MasterCard, PayPal, eBay e Stripe. Eles perceberam que havia algo de errado.

Também foi difícil para o Facebook argumentar que Libra não era apenas uma coisa sua quando colocou seu próprio executivo no comando: David Marcus, ex-chefe do Facebook Messenger (ele abandonou a empresa em novembro)

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Mas a centralização de Libra por si só não significaria a ruína do projeto. Afinal, os críticos apontam que as três principais stablecoins também são centralizadas: Tether (USDT) é controlado por Tether e Bitfinex, USDC é controlado por Circle, e USDP é controlado por Paxos. Não, o problema para Libra desde o primeiro dia foi a marca do Facebook.

O anúncio da stablecoin do Facebook foi um “momento divisor de águas”, disse o diretor executivo do Coin Center, Jerry Brito. Ele alertou o Congresso sobre as stablecoins, que o governo vê como uma ameaça à sua autoridade monetária. Também veio logo após a Cambridge Analytica e outros escândalos sobre a influência política do Facebook e falhas em manter a desinformação fora de sua plataforma.

Apesar de tudo isso, havia um fato que sugeria que Libra ainda poderia ter sucesso: 2 bilhões de usuários. Essa base torna difícil para qualquer produto do Facebook falhar completamente. Se Libra pudesse apenas sair do portão de partida, uma grande quantidade de pessoas provavelmente tentaria pelo menos. Mas o obstáculo político era muito alto.

É tentador agora declarar que este é o fim das ambições de criptomoedas do Facebook, mas isso não está certo. Ele entrou no metaverso, e o metaverso é amplamente visto hoje em dia como uma coisa de cripto, mesmo que isso não seja muito preciso.

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O conceito do metaverso remonta ao início dos anos 90 com Snow Crash de Neal Stephenson, e jogos metaversos como “Second Life” e “Animal Crossing” eram pré-cripto, mas o surgimento de jogos metaversos que usam blockchain e NFTs borrou as linhas .

O Facebook estava tão desesperado para mostrar que está tudo no metaverso que mudou seu nome para Meta – a ação caiu 5% desde a mudança de marca –, e renomeou Oculus para Meta Quest, provocando vaias generalizadas, incluindo de VCs (venture capitalist) como Chris Dixon, cuja empresa foi construída com dinheiro do investimento inicial de Marc Andreessen no Facebook (Dixon, desde então, apagou seu tuíte). E de acordo com um relatório do Financial Times, Meta agora está experimentando um mercado NFT no Instagram.

Portanto, a stablecoin da Meta está morta, e agora caberá a outros emissores, como Circle e Paxos, navegar na hostilidade do governo em relação às stablecoins.

Mas não espere que a Meta desista ainda das criptomoedas.

*Traduzido e editado com autorização do Decrypt.co.

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