Cubanos usam criptomoedas para driblar sanções econômicas, mostra TV dos EUA

Segundo reportagem, pelo menos 100 mil cubanos já têm nas criptomoedas uma alternativa para meios de pagamentos sancionados, como cartões de crédito
Imagem da matéria: Cubanos usam criptomoedas para driblar sanções econômicas, mostra TV dos EUA

(Foto: Shutterstock)

Pelo menos 100 mil cubanos estão usando Bitcoin e outras criptomoedas como meio de pagamento em Cuba para contornar as sanções econômicas impostas pelos EUA, segundo reportagem da rede de TV NBC News publicada em vídeo na segunda-feira (02).

Agora, com o governo regulamentando o setor cripto, como foi anunciado na semana passada, uma adoção ainda maior pode estar por vir.

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A reportagem da rede de TV mostra imagens de um pequeno estabelecimento que já possui o suporte para o recebimento de moeda virtual em seu celular.

Uma lousa com escrita em giz mostra “Crypto Welcome”; abaixo, o logo do Bitcoin também escrito à mão. O repórter da NBC paga então seu consumo com Bitcoin em poucos segundos.

“Eu amo criptomoedas porque acredito em sua filosofia”, diz o dono do estabelecimento, Nelson Rodriguez, ao repórter.

Anos atrás, porém, a situação seria bem diferente, já que Cuba não possuía um serviço de internet de qualidade. Com a internet móvel e a regularização das corretoras no país, a adoção tem grandes chances de ser impulsionada.

Drible às sanções

Cuba ainda vive em um regime comunista e enfrenta sanções internacionais, principalmente dos EUA. Há, portanto, a necessidade de uma tecnologia monetária mais aberta, já que muitos cubanos não podem usar cartões de crédito ou débito internacionalmente aceitos devido às sanções.

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Serviços de pagamentos globais com o PayPal, por exemplo, também não podem ser usados pelos cubanos devido às sanções. Instituições como o JP Morgan e o Deutsche Bank foram multadas no ano passado por fornecerem serviços  no país, diz a reportagem.

Com as criptomoedas, a Ilha pode agora aos poucos ir se inserindo no novo sistema monetário internacional, a criptoeconomia.

Corretoras legalizadas

Na semana passada, o Banco Central de Cuba (BCC) anunciou que vai emitir licença a empresas de criptomoedas que desejam operar legalmente no mercado de câmbio local. O tema já vinha sendo discutido desde meados do ano passado.

Das várias exigências determinadas para empresas interessadas — cubanas ou estrangeiras — , um quesito chama atenção: o BCC só vai permitir operações com criptomoedas aprovadas pela entidade.

“Os provedores de serviços de ativos virtuais  — qualquer pessoa física ou jurídica que se dedica à troca entre ativos virtuais e moedas fiduciárias — operam apenas com ativos aprovados pelo Banco Central de Cuba, mediante licença”, ressalta a nota.