No ano de 2022, a Receita Federal recebeu declarações de um volume total de R$ 154,4 bilhões em transações com criptomoedas. Esse número mostra o impacto trazido pela crise – um período que se tornou conhecido como inverno cripto – para o setor no Brasil: em 2021, o valor havia sido de R$ 204 bilhões, o que significa uma queda de 24% entre os períodos.
Os dados relativos a dezembro de 2022 foram divulgados na segunda-feira (6) pela Receita Federal. O relatório da instituição mostra que, no último mês do ano passado, o total em transações declaradas com criptomoedas foi de R$ 10,8 bilhões, o menor volume mensal em todo ano passado.
Os volumes negociados a cada mês mostram como a queda no preço do Bitcoin e das demais criptomoedas impactou o mercado: o melhor mês de 2022 foi junho, com R$ 13,9 bilhões. Trata-se de um valor próximo ao do pior mês de 2021, setembro, com R$ 12,8 bilhões. O auge de 2021 foi atingido em maio, com R$ 25 bilhões.
Em novembro de 2021 o Bitcoin atingiu o seu maior preço até agora, batendo em US$ 69 mil. Em 2022 foi caindo até chegar no piso de US$ 15.742 no dia 9 de novembro, quando a FTX implodiu. A queda do pico para o pior momento de 2022 foi de 78%, conforme dados do Coingecko.
Nesta terça-feira (7), o Bitcoin (BTC) é cotado a US$ 23.016, com uma alta de 35% nos últimos 30 dias. No Brasil, conforme o Índice de Preço do Bitcoin (IPB) a cotação é de R$ 119.268.
Os dados da Receita Federal começaram a ser catalogados no final de 2019. O ano de 2020 teve um total de R$ 91 bilhões declarados em transações com criptomoedas.
CNPJs e equidade de gênero
Dezembro foi o mês com o menor volume de transações com criptomoedas reportando para a Receita Federal, mas algumas tendências de alta continuam se fortalecendo. Uma delas é a quantidade de CNPJs únicos que fizeram alguma declaração no mês: dezembro teve o maior número já registrado, com 62.679, sendo que o recorde anterior era novembro, com 45.573.
Outro ponto é uma maior equidade de gênero. Em dezembro de 2022, do total de transações, 27% foram feitas por mulheres. Esse foi um salto grande, já que o maior número era de novembro com 21%.
Canais de compra das criptomoedas
Em dezembro, o maior volume declarado para a Receita foi de exchanges com sede no Brasil: R$ 8,5 bilhões. Em seguida veio o volume de Pessoas Jurídicas que não usam corretoras (compram pelo sistema p2p), com R$ 1,6 bilhão.
Depois vem Pessoas Jurídicas que usam exchange no exterior (R$ 652 milhões), Pessoas Físicas que usam exchanges no exterior (R$ 38 milhões) e, por fim, Pessoas Físicas que compram por p2p, com apenas R$ 19 milhões declarados.
Tipos de declaração sobre criptoativos para Receita
Existem três tipos de declarações de criptoativos feitas por contribuintes no Brasil. A principal é o conjunto de informações entregues pelas corretoras com sede no Brasil. Nesse caso todo os valores são informados, independente do tamanho.
Os outros dois pontos são informações entregues por pessoas jurídicas e físicas que utilizam de exchanges sem sede no Brasil e informações de compras e vendas feitas diretamente entre pessoas (p2p), sem intermediários. Já nessas situações, a informação deve ser prestada sempre que o valor mensal ultrapassar R$ 30 mil.
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