Criptomoedas, renda fixa, renda variável, títulos: onde investir em 2022?

Especialista comenta opções de investimento para objetivos de curto e longo prazo
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Em um cenário econômico marcado por inflação e juros altos, taxa Selic perto de dois dígitos, extrema incerteza em ano de eleições presidenciais, qual é a melhor estratégia para investir o seu dinheiro em 2022? 

Renda Fixa 

A alta dos juros trouxe a renda fixa de volta aos holofotes que se tornou uma opção além de segura, novamente rentável.

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Nos últimos anos, em um movimento iniciado pela XP, aumentou a concorrência no mercado financeiro brasileiro, com um maior número de corretoras, o que fez surgir diversas novas opções de investimentos, principalmente em renda fixa, o que é ótimo para os investidores.  

Mas com um maior número de opções e possibilidades, as pessoas ficam mais ansiosas, querendo saber como escolher ou se escolheram a melhor aplicação. E isso pode gerar uma certa paralisia decisória. 

Os principais títulos disponíveis são: títulos públicos (Tesouro direto), títulos de bancos, (CDB, LCI e LCA) e os títulos privados, como as debêntures. Para entender as diferenças entre eles, eu gosto de usar a ótica do investidor.

Quando você investe no Tesouro, na prática você está emprestando dinheiro para o governo, quando investe em um CDB, você está emprestando dinheiro para o banco e quando investe em uma debênture, você está emprestando dinheiro para uma empresa privada.

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A principal diferença entre eles é o risco. Na teoria, emprestar dinheiro para o governo garante total segurança na alocação de recursos, porque o governo tem uma máquina de imprimir dinheiro. Portanto, as empresas privadas devem oferecer um prêmio de risco (taxa de retorno) acima do oferecido pelo governo. 

E qual é o melhor? Isso depende muito dos seus objetivos: para reserva de emergência e objetivos de curto prazo, que necessitam liquidez sem risco de perda, recomenda-se investir nos títulos pós-fixados e de alta liquidez.

Os mais populares nesta categoria são: Tesouro Selic (LFT), CDBs pós fixados e as famosas contas remuneradas, que são uma espécie de CDB também. 

A maioria das contas remuneradas de bancos digitais rendem próximas de 100% da taxa DI, e por serem uma opção prática, ganharam popularidade. O único problema é o efeito psicológico de ficar vendo aquele dinheiro disponível. 

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Não precisa se torturar mentalmente para descobrir qual é o melhor. São todos muito parecidos, tanto em termos de segurança (devido à cobertura do Fundo Garantidor de Créditos, FGC, até o limite de R$ 250 mil por CPF e por instituição) como em rentabilidade, próximos de 100% da Selic ou da taxa DI que caminham muito próximas, fazendo pouca diferença para o investidor pessoa física. 

Ainda entre as opções de investimento para objetivos de curto prazo, uma alternativa muito interessante são as LCIs e LCAs. Por serem isentas de Imposto de Renda (IR), mesmo oferecendo taxas de retorno menores, a rentabilidade liquida pode ser maior em relação a outros títulos de renda fixa, que têm IR retido na fonte e decrescente de acordo com o prazo do investimento. 

Pré-fixados 

Investindo em títulos pré-fixados, é possível saber exatamente quanto terá no vencimento do título. 

O risco dos pré-fixados é a variação do seu preço unitário ao longo do tempo que é inversamente proporcional ao movimento dos juros futuros do país. Portanto, você corre o risco de vender esses títulos com prejuízo, caso tenha necessidade de resgatar antes dos seus respectivos vencimentos. 

Quanto mais longo o vencimento, maior será o impacto de uma pequena oscilação na taxa de juros sobre o preço unitário do ativo.  

Nesse momento, o mercado oferece títulos pré-fixados bastante atrativos, com taxas que ultrapassam 12% ao ano. Mas os juros podem continuar subindo, então prefixar agora pode significar perder a oportunidade de entrar com taxas mais atrativas no futuro. 

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Uma estratégia eficiente em momentos de incerteza, é investir com liquidez e segurança (títulos que acompanham o CDI) e aguardar um cenário mais claro antes de tomar decisões de investimentos a longo prazo. 

Títulos vinculados à inflação 

Entre os mais recomendados para o momento, estão os títulos mistos que pagam uma taxa de juros pré-fixada mais a variação do IPCA, como o Tesouro IPCA e os títulos de crédito privados ligados ao IPCA. 

É importante ter a aplicação vinculada à inflação, principalmente para objetivos de longo prazo. Esse fator ganha relevância no Brasil, que tem um histórico de grande inflação.

O aumento contínuo e generalizado dos preços faz com que todas as pessoas tenham menos poder de compra. Portanto, esse investimento garante que os investidores tenham o mesmo poder de compra no futuro, além de pagar uma taxa de juros pré-fixada. 

Para as pessoas que investem com o objetivo de poupar um capital para a aposentadoria, para o pagamento da faculdade dos filhos ou com o objetivo de comprar um imóvel no futuro, esse investimento é uma ótima opção. 

Vale lembrar que os títulos vinculados à inflação têm uma parte pré-fixada, ela faz com que os preços dos títulos oscilem até o vencimento. Mas esse efeito pode ser amenizado através de aplicações regulares. 

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Renda Variável 

Entre os analistas de mercado, há um consenso de que as empresas estão precificadas muito abaixo do que valem, principalmente quando os preços são dolarizados. 

Vale lembrar que estamos em um ano de eleições e o fato de estar barato não significa que não possa ficar ainda mais. Caso decida se aventurar na bolsa de valores, é preciso estar preparado para a volatilidade e altas emoções. 

Criptomoedas 

O Bitcoin é uma ótima alternativa para diversificação da carteira dentro do cenário econômico político mundial, onde diversos países do mundo ligaram as impressoras de dinheiro.

Mas é importante ter cautela, não colocar todo o seu capital nesse setor, pois é um mercado muito volátil que pode causar perdas significativas na parcela que estiver investida. 

Sobre a autora

Marina Luz, CFP®, é economista, com experiência de 8 anos no mercado financeiro e trabalhou no Itaú BBA. É especialista em finanças pessoais e mantém o canal no Youtube Mais Dinheiros, sobre educação financeira e investimentos