“As criptomoedas são um verdadeiro problema de financiamento do terrorismo”, afirmou no domingo (18), o ministro da Economia francês, Bruno Le Maire, em entrevista à TV France 3.
Le Maire se referiu a supostos financiamentos a grupos islâmicos quando comentava o linchamento de um professor da escola Bois d’Aulne que fica na comuna Conflans-Sainte-Honorine. O crime ocorreu na sexta-feira (16).
Segundo a Reuters, a promotoria francesa disse que naquele dia um jovem de 18 anos de origem chechena motivou um linchamento e decapitou o professor de história Samuel Paty, de 47 anos.
Paty foi morto porque teria mostrado a seus alunos desenhos de Maomé como parte de uma aula sobre liberdade de expressão. Após o crime, o assassino foi morto pela polícia e nove pessoas foram detidas.
Criptomoedas, religião e terrorismo
“Há um problema de financiamento de várias associações islâmicas nas quais acho que podemos e devemos fazer melhor”, ressaltou o ministro.
Para ele, as criptomoedas representam um problema real de financiamento do terrorismo, e a França deve reforçar suas ações contra a atividade.
Os muçulmanos acreditam que qualquer representação de Maomé é uma blasfêmia.
Após o ocorrido, o governo francês deve expulsar 231 radicais da lista S (de Segurança de Estado) por radicalização.
De acordo com o UOL, o Conselho de Defesa da França já se reuniu com o presidente Emmanuel Macron para dar “respostas concretas, a curto e médio prazo”.
Segundo informações da rádio Europa 1, da lista de expulsão, 180 pessoas estão atualmente presas e os outros 51 já estão sendo procurados pela polícia.
EUA caçam financiadores com criptomoedas
Em agosto deste ano, os EUA entraram com uma ação para confiscar 155 carteiras de criptomoedas suspeitas de financiarem organizações sírias ligadas ao grupo terrorista da Al Qaeda.
Em apenas um ano, foram recebidas doações de mais de 15 bitcoins em inúmeras transações. Caso os responsáveis pelas carteiras não apresentem defesa, os EUA dizem que vão confiscar os Bitcoins.
De acordo com a ação civil que tramita na Corte do Distrito de Columbia, os pedidos de doações se davam por meio de grupos no Telegram e no Facebook.
As investigações do FBI e do serviço de unidade de crimes cibernéticos e da HSI apontaram que as criptomoedas transacionadas nessas carteiras eram para financiar o terrorismo.