Corretora FTX perde autorização para operar na Europa e empresa começa a se desintegrar

Além de perda de licença na Europa, empresa começa a ver uma onda de demissões se formar entre executivos de diversas áreas
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Foto: Shutterstock

O governo do Chipre suspendeu nesta sexta-feira (11) a licença para atuação da corretora de criptomoedas FTX. O país é membro da União Europeia e a medida pode impedir as atividades da empresa no bloco continental. As informações são da agência de notícias Blooomberg.

Segundo a reportagem, a FTX obteve há dois meses a aprovação do domínio https://ftx.com/eu por meio dos reguladores locais do Chipre. Na ocasião, a empresa disse que a licença a autorizava a “operar em toda a Área Econômica Europeia”, que inclui a União Europeia mais Islândia, Noruega e Liechtenstein.

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Para obter a licença, a FTX adquiriu a empresa local K-DNA Services LTD e a renomeou como FTX EU LTD. Em setembro, a nova companhia conseguiu uma licença para operar como uma firma de investimentos do Chipre.

Onda de pedidos de demissão

O efeito dentro da FTX do cataclisma que fez a empresa interromper os saques dos clientes começa a ter efeitos no quadro de funcionários da corretora. Uma onde de demissões parece ser o pŕoximo golpe na empresa.

Conforme reportagem do site The Block, o chefe da divisão de vendas institucionais da FTX, Zane Tackett, pediu demissão na quinta-feira (10). O executivo mandou uma carta aos clientes dizendo que estava “totalmente no escuro” sobre os problemas de insolvências da corretora.

Além de Tackett, todo o time por trás da FTX Future Fund se demitiu – a divisão era responsável por ações de filantropia da corretora. A informação foi publicada no Twitter pelo jornalista Teddy Schleifer, especializado na cobertura de empresa de tecnologia.

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O grupo publicou uma carta se dizendo “imensamento chocado e triste ao saber dos episódios recentes da FTX”. Eles afirmam que não possuem meios de continuar os projetos e que possuem “duvidas fundamentais sobre a legitimidade e a integridade das operações empresariais que financiam a FTX Foundation e a Future Fund”.

A carta é assinada por Nick Beckstead, Leopold Aschenbrenner, Avital Balwit, Ketan Ramakrishnan e Will MacAskill.

Filantropia da FTX

Conforma reportagem do Decrypt, a fundação da FTX anunciou alguns objetivos grandiosos quando foi lançada pela primeira vez em fevereiro de 2022, dizendo que queria doar um total de US$ 1 bilhão, incluindo US$ 100 milhões apenas no primeiro ano.

A fundação teve vários projetos, incluindo o maior chamado “Future Fund”, com diferentes doações e investimentos destinados a projetos com foco em saúde global, prevenção de pandemias, bem-estar animal e prevenção de mudanças climáticas.

A organização promoveria uma abordagem única para doações de caridade, dizendo que estava “particularmente interessada em lançar projetos massivamente escaláveis: projetos que poderiam crescer para gastar produtivamente dezenas ou centenas de milhões de dólares por ano”, uma abordagem talvez influenciada pelo financiamento de tecnologia e capital de risco.

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Terremoto no mercado

O drama da FTX se desenrola desde o final da semana passada, quando a corretora foi alvo de especulações da insolvência da Alameda Research, braço formador de mercado de Sam Bankman-Fried.

A informação sobre a presença excessiva de tokens nativos FTT no balanço da Alameda fez com que Changpeng “CZ” Zhao anunciasse que a Binance iria vender todos as unidades de FTT da empresa, desencadeando uma corrida dos investidores para tirarem fundos da empresa. Sem liquidez sufiente, a FTX passou a travar saques de clientes.

Diante de uma iminente quebra da corretora rival, CZ anunciou na tarde de terça-feira (8) que havia chegado a um entendimento inicial com SBF para comprar a FTX – um negócio condicionado a um processo de due diligence.

Porém, na quarta-feira (10), a Binance informou que havia desistido da operação de compra da FTX. “No início, nossa expectativa era poder oferecer suporte aos clientes da FTX para prover liquidez, mas os problemas estão além do nosso controle ou capacidade de ajuda”, afirmou a companhia em nota.

A disputa entre as empresas teve efeito devastador no mercado. Durante a madrugada, o Bitcoin caiu para a região de US$ 15 mil pela primeira vez em dois anos.

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Uso de trecho traduzido de material do Decrypt para esta reportagem tem a devida autorização.

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