ConsenSys compra startup de Web3 e planeja fundir com carteira MetaMask

A carteira Ethereum MetaMask receberá um impulso a suas funções e seus serviços com a aquisição da MyCrypto pela ConsenSys
metamask

Foto: Shutterstock

ConsenSys, a incubadora de software do Ethereum, responsável por ferramentas como Infura e Truffle, está comprando um pilar do ecossistema da Web 3.

Nesta terça-feira (01), a empresa anunciou que adquiriu MyCrypto, uma interface de carteira para a gestão segura de endereços Ethereum. A startup e seus 12 funcionários irão se unir à MetaMask, da ConsenSys, a carteira Ethereum mais popular.

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Apesar de nada mudar para os usuários de ambos os produtos no futuro imediato, Taylor Monahan, fundadora e CEO da MyCrypto, irá formar uma triarquia com os cofundador da MetaMask Dan Finlay e Aaron Davis conforme analisam a fusão gradual de suas ofertas e marcas.

“Realmente ficou óbvio que compartilhamos tantos valores”, disse Monahan ao Decrypt sobre o motivo pelo acordo, acrescentando que seus produtos podem se combinar para “terem um impacto maior”.

Finlay vê inúmeras áreas em que a MetaMask e a MyCrypto podem melhorar as ofertas uma da outra.

Enquanto a MyCrypto é focada em navegadores web e aplicativos de desktop, a força da MetaMask está em seu aplicativo móvel e extensão para navegador, bem como suas integrações com aplicações descentralizadas (ou dapps, na abreviatura em inglês) no Ethereum, onde a carteira possui uma presença quase onipresente.

Ele contou ao Decrypt que a aquisição irá ajudar na “criação de uma experiência de usuário coesa” entre essas ferramentas.

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Dores de crescimento

O rápido crescimento da MetaMask (seu número de usuários mensais aumentou de um milhão em outubro de 2020 para 21 milhões em novembro de 2021) teve algumas dores de crescimento conforme a carteira foi criticada por não ser intuitiva e rápida o suficiente.

Monahan indicou que é uma tarefa difícil de manter o ritmo em uma indústria cujos casos de uso estão mudando para incluir não apenas investimentos e Finanças Descentralizadas (ou DeFi), mas também tokens não fungíveis (ou NFTs) e organizações autônomas descentralizadas (ou DAOs).

“Quando pessoas estão reclamando da MetaMask é porque o produto que estão usando não as atende perfeitamente”, explicou ela ao Decrypt.

“E o motivo pelo qual não as está atendendo perfeitamente é que esse ecossistema é tão diverso – para o usuário superpoderoso que entende tudo sobre a camada implícita [da Ethereum Virtual Machine] ao novato que só quer levar seu JPEG para o OpenSea imediatamente.”

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Ao unir forças, ela acredita que as duas equipes vão ser capazes de criar uma experiência de usuário melhor para todos os tipos enquanto ainda mantêm os níveis de segurança dos quais ambos os projetos se orgulham.

Na realidade, as duas equipes já se estão conectadas nesse quesito, pois o CryptoScamDB da MyCrypto ajuda no serviço de detecção de phishing da MetaMask.

A ConsenSys se negou a compartilhar os detalhes financeiros do acordo, mas está em meio de uma iniciativa de dominar o mercado de software do Ethereum. Em novembro, arrecadou US$ 200 milhões em um financiamento “series B” com uma avaliação de US$ 3,2 bilhões.

Precisará desse dinheiro para ajudar o Ethereum a competir com outros blockchains, que oferecem aplicações DeFi (que permitem que pessoas façam empréstimos ou negociem criptoativos sem precisarem de um intermediário) em redes mais rápidas e menos congestionadas.

Esta semana, Phantom, carteira cripto desenvolvida no Solana, arrecadou US$ 109 milhões de financiamento e, agora, possui uma avaliação de US$ 1,2 bilhão.

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*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.