Conheça a gestora de fundos que deixou a BlackRock para negociar Bitcoin e NFTs dos Pudgy Penguins

“Pessoas estão vindo de outras indústrias, trazendo seus conhecimentos e aplicando tudo isso de uma forma nova, em uma nova classe de ativos”
Imagem da matéria: Conheça a gestora de fundos que deixou a BlackRock para negociar Bitcoin e NFTs dos Pudgy Penguins

Jennifer Thornton (Foto: Divulgação/Bitwise)

Durante anos, a carreira de Jennifer Thornton seguiu um caminho bastante convencional. Gerente de portfólio, ela passou mais de uma década na BlackRock, onde suas funções incluíam negociar ativos de menor risco, como títulos do governo.

Mas, em 2021, a carreira de Thornton deu uma guinada brusca — ela deixou seu cargo na maior gestora de ativos do mundo e entrou no universo do Web3.

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“Existem muitas oportunidades aqui”, disse Thornton sobre a indústria cripto. Isso é especialmente verdadeiro para mulheres, acrescentou, apesar de o setor ser esmagadoramente dominado por homens.

“É empolgante”, afirmou Thornton. “Pessoas estão vindo de outras indústrias, trazendo seus conhecimentos, suas habilidades, e aplicando tudo isso de uma forma nova, em uma nova classe de ativos.”

Hoje, ela passa seus dias na linha de frente do mercado cripto, negociando tokens como o Bitcoin e JPEGs de macacos únicos — duas classes de ativos emergentes que estão no extremo oposto do espectro de risco em comparação com os instrumentos financeiros que ela negociava nos tempos de finanças tradicionais.

“Quando estou trabalhando de casa, meus filhos às vezes passam pela minha mesa, param de repente e perguntam: ‘Mamãe, o que você está fazendo?’”, contou Thornton ao Decrypt.

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“Eu digo: ‘Ah, esses são os Pudgy Penguins, e esses são os Lil Pudgys’”, disse ela, explicando que as pessoas ao seu redor muitas vezes ficam confusas com seu trabalho.

Sua mãe, acrescentou, “acha que eu trabalho para o Bitcoin.” (Ela não trabalha.)

Thornton é gerente sênior de portfólio de fundos de índice na Bitwise, uma gestora de ativos focada em cripto fundada em 2017, que oferece aos clientes diversos veículos de investimento — de fundos de índice de cripto a ETFs e fundos privados.

Como parte de seu papel na empresa, Thornton é responsável por implementar estratégias de investimento em uma ampla gama de portfólios — muito parecido com o que fazia nos tempos de finanças tradicionais. Mas ela também ajuda a administrar fundos pouco convencionais, como o Bitwise Blue-Chip NFT Index Fund, que mira um público decididamente mais familiarizado com o universo cripto.

“O que eu faço, e onde estou, realmente está na interseção desses dois mundos”, disse Thornton ao Decrypt.

Thornton é uma das muitas profissionais do setor financeiro tradicional que estão migrando para a indústria cripto, à medida que as instituições adotam cada vez mais essa classe de ativos e legisladores abrem caminho para uma supervisão regulatória federal mais branda, incentivando o crescimento do setor nos EUA.

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Embora haja poucos dados atuais sobre emprego na indústria cripto, um relatório da empresa de pesquisa K33 Research, focada em ativos digitais, mostra que 199 mil pessoas trabalhavam no setor em 2023, com a maioria empregada em corretoras, bolsas e empresas financeiras focadas em cripto.

Esse número é pequeno comparado aos mais de 6 milhões de pessoas empregadas nos setores financeiro e de seguros no mesmo ano, segundo dados do Departamento de Trabalho dos EUA.

Mas agora, à medida que um número crescente de instituições, estados e empresas públicas investe nessa classe de ativos — elevando o preço do Bitcoin de volta perto do recorde de mais de US$ 108 mil alcançado em janeiro — alguns especialistas dizem que a indústria cripto está prestes a atrair ainda mais talentos de setores tradicionais.

Um relatório recente do Fórum Econômico Mundial mostra que mais de 10% do PIB global poderá estar armazenado em blockchain até o final de 2025 — um aumento significativo no uso da tecnologia que pode impulsionar contratações cruzadas para o Web3, segundo a empresa de recrutamento especializada RecruitBlock.

À medida que o Web3 e as finanças tradicionais se tornam cada vez mais interligados, são pessoas como Thornton que continuarão a fechar a lacuna entre esses mundos.

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Thornton afirma que as diferenças entre o setor tecnológico emergente e o mundo das finanças tradicionais podem, às vezes, ser marcantes. Os mercados cripto, ao contrário dos mercados tradicionais, nunca fecham. E enquanto os sistemas das finanças tradicionais “geralmente têm no máximo duas casas decimais na quantidade de ações”, as criptomoedas podem ter até oito ou doze casas decimais.

Essas diferenças influenciam o trabalho de Thornton e seus colegas na gestão de portfólios focados em cripto, de forma semelhante à maneira como gerenciavam portfólios tradicionais, com o objetivo de criar equilíbrio, reduzir perdas e otimizar a exposição ao mercado.

“Quando você negocia um ativo com um preço tão alto quanto o Bitcoin, faz diferença se você está negociando 10,48 ou 10,483527397 — é preciso ter esse nível de precisão”, disse Thornton. “Eles me contrataram na Bitwise para administrar os fundos com o mesmo rigor, precisão e profissionalismo que usávamos na BlackRock.”

Questionada se sente a diferença entre o profissionalismo das interações no mundo financeiro tradicional e o espírito quase cultista do Crypto Twitter (ou X), Thornton respondeu: “Sou mais uma observadora silenciosa, para ser honesta.”

* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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