Moeda de Bitcoin sobre logomarca da Tesla
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Com o Bitcoin (BTC) cotado em US$ 28.528 nesta quinta-feira (12), grandes empresas que colocaram a criptomoeda em seus balanços passaram a registrar prejuízo nessas negociações. É o caso da fabricante de automóveis elétricos Tesla e da produtora de softwares MicroStrategy, por exemplo.

Cerca de um ano atrás, a Tesla comprou US$ 1,5 bilhão em bitcoins, pagando um preço médio de US$ 31.620 por token. Segundo a SEC, a entidade que regula o mercado de investimentos dos EUA, ela vendeu cerca de 10% desses bitcoins ao longo desse tempo, obtendo lucro de US$ 101 na operação.

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No entanto, a empresa criada por Elon Musk não vendeu os seus bitcoins no auge do mercado, quando o preço atingiu o valor recorde de US$ 68.789.

Agora, com a crise no mercado, o valor do bitcoin é cerca de 10% menor do que aquele que a Tesla pagou – o que a deixa no vermelho nessa operação, mesmo levando em conta sua venda anterior. A empresa ainda possui cerca de 42 mil bitcoins em seu balanço, que valem cerca de US$ 1,2 bilhão.

Prejuízo

É um caso similar ao da Microstrategy. A empresa liderada por Michael Saylor também passou a registrar prejuízo nas operações com a criptomoeda após as recentes oscilações de preço.

Desde agosto de 2020, a companhia comprou mais de 129 mil bitcoins, a um preço médio de US$ 30.200 por token. Com esse valor, o conjunto desses ativos deveria ser cotado a US$ 3.9 bilhões. No entanto, com a queda dos últimos dias, passou a representar US$ 3,6 bilhões.

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Como resultado, as ações de ambas as companhias estão sendo castigadas no pregão das bolsas de valores americanas. A Microstrategy registra queda de 11%, nesta quinta-feira, com o ativo sendo vendido a US$ 148. Já a Tesla recua 4%, para US$ 734.

Orgulho

O anúncio de que a Tesla tinha entrado com força no mercado cripto foi feito pela empresa no dia 8 de fevereiro do ano passado. Naquele momento, a decisão de Musk serviu de catapulta para o preço do Bitcoin. Antes cotado em US$ 36 mil, passou para US$ 46 mil após o anúncio da Tesla e seguiu escalando até chegar ao redor dos US$ 60 mil.

O fato de o lucro não realizado ter se esvaído foi notado pela revista Fortune. O portal da revista relembrou que Musk e o CFO da Tesla, Zach Kirkhorn, demonstraram na época orgulho em buscar uma nova maneira de obter lucros com um dinheiro que de outra forma estaria parado.

Kirkhorn disse em uma conferência para falar dos resultados do primeiro trimestre de 2021 que o objetivo de comprar bitcoins era “ter algum retorno” sob um dinheiro “que não está sendo imediatamente usado para alguma operação”,

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Compras de Bitcoin pela Tesla

A Tesla mudou a política de investimentos em janeiro de 2021 com objetivo de ter mais flexibilidade e buscar maximizar os retornos sobre o caixa que não é necessário para a operação da multinacional.

“Investimos um total de US$ 1,5 bilhão em bitcoin sob esta política e podemos adquirir e manter ativos digitais de tempos em tempos ou de longo prazo. Além disso, esperamos começar a aceitar bitcoin como forma de pagamento por nossos produtos em um futuro próximo, sujeito às leis aplicáveis e inicialmente em uma base limitada, que podemos ou não liquidar no recebimento”, diz a companhia em documento enviado à SEC.

A empresa afirmou que os ativos digitais são considerados ativos intangíveis “de duração indefinida de acordo com as regras contábeis” e que existe um risco de que o investimento possa ter um resultado negativo. Contudo, aponta que no momento o objetivo é manter essa classe de ativos por um longo prazo.

*Com informações de Decrypt

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