Como os traders vão lidar com a volatilidade do Bitcoin diante do halving?

A análise on-chain sustenta uma visão otimista, mas grandes bancos preveem mais perdas à frente e os analistas estão divididos
Moedas de Bitcoin sobre mesa espelhada

Shutterstock

A notória volatilidade do preço do Bitcoin está aumentando à medida que nos aproximamos do próximo halving, tornando cada vez mais difícil prever onde as coisas vão parar após o evento. Mas isso não impede ninguém de tentar.

As previsões de especialistas sobre os movimentos de preço do BTC pós-halving diferem dependendo da abordagem usada para examinar o mercado. Analistas on-chain, por exemplo, estão otimistas em termos de direção, enquanto analistas técnicos são muito mais cautelosos.

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“É difícil dizer, mas certamente a pressão de venda dos traders tem diminuído, pois basicamente já obtiveram todo o lucro”, disse Julio Moreno, Chefe de Pesquisa da CryptoQuant, ao Decrypt. 

De acordo com as métricas da empresa, o “preço realizado pelos detentores de curto prazo” voltou a se aproximar do preço de mercado do ativo. Isso significa que os traders de curto prazo, em conjunto, não estão mais com grandes lucros que os incentivariam a vender imediatamente.

Os lucros não realizados em toda a rede eram bastante grandes até a retração do Bitcoin neste mês, disse a CryptoQuant, impulsionados pela desaceleração das entradas de ETFs de Bitcoin junto com os conflitos crescentes no Oriente Médio que impactaram todos os mercados de alto risco.

Embora o Cripto Twitter possa ter se assustado pela retração, a empresa de análise IntoTheBlock diz que foi “o dia a dia dos negócios” para o Bitcoin, novamente citando a lucratividade dos investidores.

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“No momento das máximas, mais de 97% dos detentores estavam lucrando por um período prolongado”, disse o diretor de marketing Vincent Maliepaard. “Isso raramente ocorre e nunca é sustentável”.

Em termos comparativos, o tamanho da retração nem foi tão grande”, acrescentou, caindo apenas 10% a 20% de suas máximas. Antes do topo do ciclo de 2017, o Bitcoin experimentou múltiplas quedas superiores a 30% de suas máximas. 

Enquanto isso, métricas de impulso rastreadas pelo Glassnode continuam a subir em todos os períodos analisados — um sinal de que o impulso do mercado de alta ainda está em grande parte em andamento com base nas mudanças na base de custo média do investidor ativo, disse a empresa. 

“Um arrefecimento está em curso no indicador mais rápido de 30 dias, exatamente o que queremos ver para uma redefinição adequada”, escreveu James Check, analista líder do Glassnode, na quarta-feira (17).

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Por outro lado, analistas dos gigantes bancários JP Morgan e Goldman Sachs, ambos alertaram que o preço do Bitcoin poderia sofrer após o halving. 

“Vemos um lado negativo para o preço do Bitcoin pós-halving por várias razões”, escreveram os analistas do JP Morgan liderados por Nikolaos Panigirtzoglou em um relatório de quarta-feira.

O banco acredita que o halving já foi precificado pelo mercado, estimando que o preço do ativo digital, ajustado pela volatilidade em relação ao ouro, deveria estar mais próximo de US$ 45 mil. O mercado de criptomoedas também experimentou uma falta de financiamento de capital de risco, observou, e o interesse aberto em futuros de Bitcoin permanece elevado.

Em um relatório na semana passada, o Goldman Sachs reconheceu que o preço do Bitcoin geralmente aumenta para novas máximas após o halving, mas que o timing do aumento difere entre diferentes ciclos. O próprio halving, afirmou, também poderia ser um evento para vender notícias (uma expressão comum no mercado é “buy the rumor, sell the news” ou na tradução literal compre o boato, venda o fato). 

“Deve-se ter cautela ao extrapolar os ciclos passados e o impacto do halving, dadas as respectivas condições macroeconômicas prevalecentes”, disseram os analistas do banco.

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*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.