As últimas semanas não foram fáceis para o dólar. Desde o início de novembro, a moeda norte-americana ficou 11,8% para trás do Real brasileiro, saindo de R$ 5,75 para os atuais R$ 5,10. Cedeu inclusive frente ao Rublo Russo (8,2%), Coroa Noroeguesa (7,8%), Dólar Neozelandes (6,8%), e Peso Mexicano (5,7%).
Os investidores perceberam que as bolsas norte-americanas estão nas máximas históricas. Além disso, os juros dos títulos públicos por lá estão abaixo de 0,40% ao ano, perdendo para a inflação. Com isso, voltaram-se para os países emergentes em busca de um maior risco e potencial de retorno.
Como ganhar com a queda do dólar?
A maneira mais segura é operar através de uma corretora de valores regulada pela CVM e demais órgãos competentes. Nelas, é possível operar “vendido”, ou seja, negociando contratos futuros de dólar. Tudo isso é feito de forma simples pelo próprio home broker, com a possibilidade de operar alavancado.
Em suma, depositando uma pequena quantia de margem (garantia), é possível vender mini-contratos de dólar futuro na B3. Deste modo, quando a cotação atingir o preço-alvo, deve-se recomprar os contratos por um preço menor, obtendo assim o lucro na operação.
O dólar deve continuar caindo?
Impossível prever, pois como mostramos no início, estes movimentos dependem das medidas do governo norte-americando, que incluem vacinação, pacotes de estímulo, eleições, guerras comerciais, entre outros fatores.
Enquanto a instabilidade política e fiscal dos EUA permanecer, é possível que esse fluxo de entrada de dólares no Brasil continue. Assim sendo, existe a possibilidade do dólar flutuar abaixo de R$ 5.
Devo acompanhar o calendário econômico?
Se você operar Day Trade, ou movimentos mais curtos, por exemplo, variações de 3%, certamente deve monitorar o calendário econômico. Recomendo o uso do Teletrader, embora existam outros semelhantes.
É importante lembrar que a alta ou queda nos indicadores não é tão relevante. Os investidores estão mais preocupados com a estimativa de mercado, se foi ou não atingida.
Impacto no Bitcoin e ações BDR
No entanto, se você está apenas preocupado no impacto do dólar na cotação de seus investimentos, deve se concentrar no cenário político-econômico global.
Isso porque são precificados em dólar os BDRs, certificados de depósitos que representam ações de empresas estrangeiras, além do Bitcoin e criptomoedas. Em suma, quando o dólar se desvaloriza frente ao Real brasileiro, a cotação destes ativos sofre.
Nestes casos, ao invés de vender o BDR ou Bitcoin, o ideal é fazer o hedge (proteção), fazendo a venda dos mini-contratos de dólar na B3. Não vá fazer loucura, pois este modelo de trade visa apenas neutralizar o impacto de uma eventual queda do dólar.
Sobre o autor
Marcel Pechman atuou como trader por 18 anos nos bancos UBS, Deutsche e Safra. Desde maio de 2017, faz arbitragem e trading de criptomoedas.