Colapso da Terra (LUNA) foi previsto em 2018 por executivo da Maker DAO: “Não vai funcionar”

“Eu chamo isso de negligência, de não perceber que LUNA iria morrer em um espiral”, criticou desenvolvedor do Ethereum
Ilustração em vermelho simula gráfico de queda da Terra Luna

Foto: Shutterstock

O colapso do ecossistema Terra (LUNA) foi previsto há cerca de quatro anos, de acordo com um comentário feito na época pelo especialista em criptomoedas Cyrus Younessi, atualmente gerente de risco na Maker DAO.

Um print no Twitter, que mostra o ponto de vista visionário, foi compartilhado na época pela veterana em blockchain e ex-gerente de projetos da Coinbase, Linda Xie. Na sexta-feira (22), a publicação foi relembrada pelo desenvolvedor do Ethereum (ETH), Mariano Conti, ex-chefe de smart contracts da MakerDAO.

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“Eu chamo isso de negligência, de não perceber que Luna iria morrer em um espiral. Aqui está o que Younessi explicou em 2018 o que poderia acontecer e aconteceu”, tweetou Conti.

Em maio deste ano, Younessi também relembrou seu comentário: “Aqui está o que eu tinha a dizer sobre o projeto. Como permitimos que acabasse assim?”, escreveu.

Basicamente, a crítica de Younessi é sobre uma criptomoeda ser lastreada por outra, como ocorreu com a falida stablecoin TerraUSD (UST), que foi rebatizada Terra Classic USD (USTC) e vale agora menos de 1 centavo de dólar.

Veja a tradução do comentário de Younessi na época.

“Se eu não estiver errado, este projeto não vai funcionar. O modelo da Terra é como se na hora de criar a [stablecoin] sua garantia fosse apenas o próprio token do ecossistema, a Maker [MKR],e tenho certeza de que fazer isso seria uma péssima ideia.

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Não sou um especialista em finanças, mas me parece que a Terra está fadada a um espiral da morte. Então, no exemplo, Terra é a stablecoin e Luna é a garantia. Se a Terra caísse e quebrasse a paridade, então dependeria da Luna para se salvar. Mas a Luna cairia à medida que os investidores entrassem em pânico, e então a Terra continuaria caindo, e eles continuariam contribuindo para a morte de cada um.

Isso é exatamente o que aconteceu com a [stablecoin] Nubits, uns 3 anos atrás. Estou meio surpreso que essa ideia esteja sendo tentada novamente quando é tão falha”.

O que aconteceu com Terra (LUNA) e o papel da UST

O sistema que regia o ecossistema Terra funcionava assim: toda vez que UST era comprado, uma quantidade do token LUNA era queimado. Isso fazia a criptomoeda subir de preço. Assim, a Terraform Labs, que tinha uma enorme quantidade de LUNA, ficava cada vez mais rica.

Com esse dinheiro a entidade fazia aportes no protocolo Anchor, um outro ponto crucial do ecossistema. Grande parte do volume de UST estava alocado no protocolo Anchor, que pagava juros de cerca de 20% ao ano para quem mantivesse seus recursos na plataforma – esse dinheiro seria então emprestado, daí a recompensa.

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Quando o UST perdeu a paridade com o dólar, deixou de ser comprada e os tokens de LUNA começaram a perder valor. A grande questão acerca do ecossistema da Terra, tanto com LUNA e UST, é que as promessas iam muito além da capacidade de entrega do sistema.

“A real é que a promessa de 20% sem risco era ‘to good to be true”, disse o trader Daniel Duarte ao Portal do Bitcoin.

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