A corretora de criptomoedas Coinbase anunciou nesta semana que não dará suporte à migração da Celo, blockchain de primeira camada, para seu novo protocolo de segunda camada no ecossistema Superchain da Optimism.
A decisão gerou críticas por parte da comunidade Celo, mas a Coinbase afirmou que só analisará a nova blockchain após a conclusão do hard fork.
“A blockchain de primeira camada Celo (ticker Coinbase: CGLD) migrará para sua blockchain de segunda camada em 16 de janeiro de 2025″, escreveu a corretora no X na quarta-feira (27). “A Coinbase não dará suporte. Devido à migração ser por hard fork, os clientes devem sacar CGLD da Coinbase até 13 de janeiro de 2025 para evitar que os fundos se tornem inacessíveis”.
O CEO da cLabs, Marek Olszewski, rebateu a decisão nas redes sociais. “É desanimador que a Coinbase tenha escolhido não oferecer suporte à atualização da segunda camada da Celo”, postou. “Isso parece um obstáculo no roteiro de dimensionamento centrado na segunda camada do Ethereum. Por que outras blockchains de primeira camada compatíveis com EVM [Máquina Virtual Ethereum] seguiriam o exemplo agora?”
A decisão da Celo de deixar de operar como uma blockchain independente e migrar para uma estrutura de segunda camada no Ethereum busca aumentar sua escalabilidade. A mudança utiliza soluções como rollups, que processam transações fora da rede principal, permitindo maior eficiência e redução de custos, enquanto mantém a segurança ancorada na blockchain do Ethereum.
A escolha da Celo de deixar de ser uma blockchain independente para entrar numa estrutura de segunda camada do Ethereum tem o objetivo de aumentar a sua escalabilidade, utilizando soluções como rollups, que processam transações fora da rede para aumentar a produtividade e reduzir custos, mantendo a segurança por meio da rede principal do Ethereum.
Leia também: O que são redes de segunda camada, rollups e sidechains?
A Coinbase utiliza o ticker CGLD para a Celo, embora o ticker oficial do token nativo seja CELO. Esse token continuará sendo o nativo da blockchain de segunda camada da Celo. Durante a transição, ele será convertido para o padrão ERC-20 no Ethereum, facilitando sua integração ao ecossistema Superchain, sem alterar seu fornecimento total de 1 bilhão de tokens.
“Como a rede Base, incubada pela Coinbase, também faz parte do ecossistema da Superchain Optimism de blockchains de segunda camada alinhadas ao Ethereum, construídas usando o [código aberto da Optimism] OP Stack, por que ela também não daria suporte à Celo?”, questinou o do sócio geral da Verda Ventures, Alex Witt.
Já o educador do Ethereum, Anthony Sassano, sugeriu que poderia ser simplesmente um “problema de comunicação interna” na Coinbase, juntando-se a um coro de membros da comunidade pedindo à exchange que reconsiderasse sua posição.
O fundador da EigenLayer, Sreeram Kanna, disse que pode ter sido um descuido interno na Coinbase: “Não há chance de a empresa que está construindo a principal blockchain de segunda camada no Ethereum em [número] de usuários e uma contribuidora principal para bens públicos do OP escolher descontinuar o suporte à Celo depois que ela se tornar uma OP Stack de segunda camada”.
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Alguns usuários apontaram algumas razões pelas quais a Coinbase pode ter tomado essa decisão. “Algo que a maioria das pessoas ignora é que dar suporte a uma nova blockchain é um empreendimento técnico, operacional e regulatório massivo para as exchanges, especialmente nos EUA”, disse o ex-diretor de segurança da informação da a16z crypto, Nass Eddequiouaq.
“As exchanges e os custodiantes geralmente esperam para ver qual ramificação do fork pega a atividade antes de adicionar suporte a ela e descontinuar a outra.”
Outros destacaram fatores como os riscos de segurança e o foco da Coinbase nos serviços principais — o que significa que ela pode não ter os recursos para dar suporte ao hard fork. Alguns usuários também questionaram por que a decisão foi tomada no “último minuto” quando a transição planejada da Celo era conhecida há mais de um ano.
Em um post no X, a Coinbase disse que qualquer acusação de que não suporta a escalabilidade do Ethereum é falsa. “A Coinbase está focada em ser uma ponte para a criptoeconomia e apoiamos as primeiras e segundas camadas”, disse a exchange . “Embora não estejamos apoiando essa migração técnica neste momento, planejamos reavaliar a blockchain de segunda camada da Celo assim que a migração for concluída.”
Migração da Celo
A migração de blockchain da Celo foi aprovada sem resistência, com praticamente 100% dos votos a favor, em julho do ano passado, após a empresa desistir de ser uma blockchain independente para se integrar ao Ethereum. Na visão dos desenvolvedores da Celo, a mudança para se tornar uma rede de segunda camada trará ao projeto quatro vantagens principais:
1) Maior colaboração entre comunidades, uma vez que, historicamente, o roteiro técnico da Celo sempre esteve alinhado ao Ethereum, com a Celo adotando no seu código as melhorias propostas pela rede até então concorrente.
2) Compatibilidade aprimorada; embora a Celo seja uma rede compatível com a Ethereum Virtual Machine (EVM) desde sua criação, se tornar uma rede de segunda camada do Ethereum eliminará o trabalho considerável de desenvolvedores que precisam conectar ambas as redes.
3) Segurança aumentada; ao se integrar ao Ethereum, Celo herda a segurança já garantida pelos validadores da blockchain principal. Atualmente, a segurança da Celo é garantida por um conjunto de 110 validadores que são eleitos ao bloquear cerca de 300 milhões de CELO.
4) Manutenção de baixas taxas de gas; a Celo acredita que ao se integrar ao Ethereum, poderá oferecer taxas ainda mais baixas que outras redes de segunda camada já existentes na área, como Optimism ou a zkSync Era, uma vez que planeja processar dados fora da blockchain.
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