A operadora e corretora de criptomoedas Coinbase lançou na última terça-feira (06) um fundo de investimentos de moedas digitais.
Segundo informações da Cointelegraph, a Coinbase Index Fund (CBI) terá uma cesta de ativos digitais com as quatro moedas da GDAX (Global Digital Asset Exchange) da Coinbase: Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), Litecoin (LTC) e Bitcoincash (BCH).
O fundo está disponível apenas para investidor credenciado e residente nos Estados Unidos, que deve possuir um patrimônio líquido de mais de US$ 1 milhão ou uma receita superior a US$ 200.000, conforme foi anunciado na The Coinbase Blog.
De acordo com a Trustnodes, a Coinbase Index trabalha com taxa de administração anual de 2% e é necessário o montante mínimo de US$ 10 mil para investir nesse fundo de índice de quatro criptomoedas.
Facilidade na operação
Os investidores poderão comprar todos os ativos listados ao mesmo tempo e fazer isso através de suas carteiras de pensão.
Além de poupar o investidor da escolha de qual moeda virtual comprar, o índice Coinbase rastreia o desempenho desses ativos digitais com base nos seus aumentos contínuos e valor em invés de se limitar ao preço de cada um deles.
De acordo com o documento Coinbase Index – Construction and Methodology, publicado na terça, “o nível de índice para CBI leva em consideração o preço e o fornecimento mais recentes de cada um dos seus ativos constituintes”.
O documento informa que o fundo se baseia na “capitalização de mercado” pela qual se tem o “desempenho financeiro de cada um dos ativos constituintes”, o que para a Coinbase seria um facilitador para as operações com os ativos digitais.
“Mercado de capitalização representa o valor total atribuído a um ativo considerando o mercado do ativo digital como um todo. É o melhor padrão objetivo disponível para comparar o desempenho financeiro dos ativos digitais”.
Segundo Reuben Bramanathan, gerente de produtos da Coinbase, a inovação pode ser o primeiro passo em direção a uma ETF:
“Quando as pessoas pensam em um fundo de índice de varejo, eles estão falando sobre um ETF, e é obviamente um longo processo para o lançamento. Nosso objetivo aqui é chegar a uma posição em que lançamos um fundo que está disponível para varejo”
Do otimismo à realidade
O fato da maior parte das altcoins seguir a tendência do bitcoin, tanto na alta quanto na baixa, tem sido um problema enfrentado pelas corretoras que oferecem um portfólio de criptomoedas, como foi relatado pela Cointelegraph em outubro 2017.
A volatilidade é um fator marcante das criptomoedas como já disseram muitos especialistas. A saída então seria se investir em diversas moedas digitais para se ter cobertura de mercado. O problema é que grande parte segue o padrão chamado bitcoin.
Assim, existe a possibilidade do fundo de índice da Coinbase em criptomoedas representar apenas uma comodidade maior ao investidor sem qualquer mudança de grande vulto no produto do investimento aplicado.
Outro grande problema é a repercussão dessa inovação em termos regulatórios. Apesar do otimismo de Bramanathan, ele reconhece que esse obstáculo e por esse motivo o CBI se limitou aos creditados e aos investidores institucionais.
O fato é que quando a Index Fund se tornar uma ETF (Exchange-Traded Fund), a Securities Exchage Commission (SEC), comissão de valores mobiliários dos EUA, poderá regulamentar com base nas leis americanas de valores mobiliários.
Não foi à toa que um dia após o lançamento da Coinbase Fund, a SEC divulgou em seu site uma nota pública afirmando que a negociação de ativos digitais em operações que se assemelham com a de bolsa de valores seriam consideradas ilegais se não tivessem autorização do órgão regulador americano.