Os clientes da FTX Japão poderão sacar depósitos de criptomoedas e moeda fiduciária na terça-feira (21), disse a subsidiária japonesa da falida exchange FTX nesta segunda (20).
O processo de saque será facilitado por meio da Liquid Japan, uma plataforma de negociação cripto comprada pela FTX no outono passado. O anúncio da empresa ocorre depois que a FTX Japão interrompeu os saques em novembro passado, quando o império cripto do fundador e ex-CEO Sam Bankman-Fried desmoronou.
A empresa com sede em Tóquio afirmou que os clientes elegíveis para sacar seus fundos já foram notificados sobre o processo por e-mail, o que exige que eles criem uma conta na Liquid Japan e confirmem o saldo existente de sua conta FTX Japão.
“Gostaríamos de expressar nossas mais profundas desculpas”, afirmou a FTX Japão em uma postagem de blog. “A falência da nossa controladora […] teve impactos diversos e tivemos que esperar muito tempo para retomar as operações.”
A FTX Japão alertou que o processo de saque pode ficar paralisado por um grande volume de pedidos de clientes de uma só vez. Em 1º de dezembro, a plataforma detinha cerca de US$ 94,5 milhões em criptomoedas e US$ 46 milhões em moeda fiduciária, segundo a Bloomberg.
Embora os clientes da FTX Japão logo tenham algum alívio, os consumidores que fizeram negócios com outras subsidiárias da FTX, como a FTX.US, permanecem no limbo enquanto a corretora abre caminho por meio de processos de falência em um tribunal de Delaware.
A FTX entrou com pedido de falência em novembro do ano passado, depois que uma corrida de saques foi desencadeada por uma queda acentuada no preço da criptomoeda nativa da bolsa FTT. À medida que os ativos fluíam para fora da exchange, revelou-se que a FTX não tinha reservas individuais de ativos de clientes, não podia honrar as retiradas e forçou-a a declarar falência.
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Bankman-Fried foi posteriormente preso e acusado de uma série de crimes financeiros, como fraude eletrônica e conspiração para cometer lavagem de dinheiro, dos quais ele se declarou inocente.
A FTX Japão foi lançada em junho do ano passado e operou por menos de seis meses antes do colapso da corretora. Bankman-Fried foi nomeado CEO interino da empresa quando a subsidiária foi lançada.
“O Japão é um mercado altamente regulamentado com um tamanho de mercado potencial de quase US$ 1 trilhão quando se trata de negociação de criptomoedas”, afirmou Bankman-Fried em junho passado.
Em dezembro passado, a FTX apresentou uma moção para aprovar a venda das quatro subsidiárias da bolsa que permaneceram solventes, incluindo FTX Japan, FTX Europe, Embed Technologies e LedgerX. O esforço ajudaria a arrecadar dinheiro para pagar os credores, que devem bilhões de dólares.
Mais recentemente, o juiz que supervisiona o caso criminal de Bankman-Fried no Distrito Sul de Nova York ponderou uma emenda ao acordo de fiança do fundador da FTX que o impediria de usar aparelhos eletrônicos completamente, devido ao uso de uma rede privada virtual e ao envio de mensagens criptografadas através do aplicativo Signal.
E a equipe que supervisiona o processo de falência da corretora alertou na última sexta-feira (17) sobre tokens fraudulentos que alegavam falsamente representar dívidas pertencentes a clientes da FTX. “Os devedores da FTX não emitiram nenhum token de dívida e essas ofertas não são autorizadas”, twittou a exchange.
*Traduzido com autorização do Decrypt.
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